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Leite tem superávit maior que o de 2004

A alta demanda internacional pelo produto e a escassez da oferta provocou o efeito


O superávit da balança comercial do leite do Brasil no primeiro semestre deste ano já superou o registrado em todo o ano de 2004. Foram US$ 11,85 milhões no acumulado deste ano, ante os US$ 11,5 milhões dos 12 meses de 2004.

A alta demanda internacional pelo produto e a escassez da oferta provocou o efeito, segundo Rodrigo Alvim, presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Em relação ao superávit do primeiro semestre de 2006 (US$ 4,15 milhões), o desempenho de 2007 foi quase três vezes maior.

Apesar de ter exportado menos em volume, as vendas externas de leite do Brasil geraram mais receita este ano, resultado das altas internacionais dos preços do leite. Foram 38 mil toneladas no primeiro semestre de 2007 e receita de US$ 80,6 milhões, o que significa uma alta de 10% em dólar e baixa de 12,5% em volume na comparação com o mesmo período de 2006.

Ele explica que o volume só não foi maior por falta de produto. "Estamos na entressafra de leite no Centro-Sul, que é a principal região produtora, e, além disso, não temos oferta suficiente para atender a alta demanda do mercado interno", justifica Alvim.

A estimativa da CNA é de que a produção deste ano vai atingir 26,5 bilhões de litros de leite, entre 3,5% e 4% superior a do ano passado. "A safra do Centro-Sul começa a partir de outubro, embora os preços para o produtor esteja bom, e, portanto, ele esteja entusiasmado, existe limitação para aumentar a produção. O ciclo da vaca leiteira é de três anos. Não há muito o que fazer agora", explica.

Segundo Alvim, o Brasil, historicamente, exporta 1,5% da produção, no máximo, 2%, o que representa cerca de 500 milhões de litros. "Ainda se conseguirmos exportar o dobro, e alcançar 1 milhão de litro, não serão nem 5% da produção", calcula.

O executivo estima que, se o Brasil produzisse hoje 30%, teria clientes para comprar. "México e Venezuela, por exemplo, estão sem leite para cumprir seus programas sociais", informa. Neste semestre, 65 países compraram a carne brasileira, entre eles, Argélia, África do Sul.

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