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Leveduras combatem micotoxinas

Pesquisa brasileira teve destaque em periódico internacional e sugere o combate às substâncias


Foto: Eliza Maliszewski

Um estudo publicado no periódico Food Reserch International analisou a eficiência de produtos a base de leveduras como adsorventes de micotoxinas, como as aflatoxinas. Elas são produzidas por espécies de fungos do gênero Aspergillus. É um dos principais tipos de micotoxinas, presente em diversos alimentos, sendo considerada uma contaminação que representa risco para a saúde de humanos e animais domésticos. Crescem em produtos agrícolas como milho, trigo e amendoim e podem causar sérios danos ao fígado humano quando consumidas.

O estudo científico desenvolvido pela equipe de P&D da empresa ICC Brazil e pesquisadores da USP, intitulado ““In vitro and in vivo capacity of yeast-based products to bind to aflatoxins B1 and M1 in media and foodstuffs: A systematic review and meta-analysis”, analisou 31 estudos sobre a capacidade de produtos à base de levedura em se ligar a aflatoxinas e, em seguida, a descontaminação conjunta de aflatoxinas nos subgrupos definidos (o tipo de alimentos, pH, tempo de contato, temperatura, espécie de levedura e tipo de aflatoxina) foi calculada pelo modelo de efeito aleatório. A capacidade de ligação geral das aflatoxinas pela levedura foi de 52,05%.

Entre os 20 diferentes tipos de aflatoxinas citadas pela pesquisa, estão as aflatoxinas B1, considerada o composto natural mais tóxico identificado até o momento, sendo inclusive um potencial causador de câncer em humanos. Além da aflatoxina B1, está em alerta a presença de aflatoxina M1, também altamente tóxica. O estudo sugeriu que a inclusão de leveduras nas dietas contaminadas reduz a absorção de aflatoxinas durante a sua passagem no trato gastrointestinal, sendo eliminada nas fezes. 

Entre as mais eficazes está a levedura Saccharomyces cerevisiae, usada na fabricação de fermentados conhecidos como etanol e cerveja. Quando usada na nutrição animal é capaz de adsorver as aflatoxinas.

Segundo a analista de P&D, Dra. Liliana Borges, uma das pesquisadoras que assina o estudo, as leveduras agiriam melhorando a microbiota do organismo, estimulando o sistema imunológico e a consequente adsorção de micotoxinas. Desta forma, os efeitos benéficos confirmam os benefícios da utilização de produtos à base de leveduras em dietas e abrem interessantes perspectivas, visando reduzir a contaminação dos animais de produção e a exposição humana a micotoxinas.

“O processo de fermentação de cana-de-açúcar para obtenção do etanol é mais agressivo que a fermentação primária (cervejaria ou panificação), e isso influencia diretamente na concentração de β-glucanas presentes na parede celular das leveduras. A alta concentração de β-glucanas que assegura a adsorção das micotoxinas, aumentando a produtividade dos animais”, afirma.

O estudo na íntegra pode ser visto neste link.
 

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