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Lucro da Aracruz aumentou 65% no quarto trimestre de 2006

A empresa espera que o preço da commodity fique estável em 2007


Reuters - A Aracruz Celulose divulgou nesta quarta-feira (10-01) aumento de 65% no lucro do quarto trimestre, para 291,9 milhões de reais, com ajuda do forte preço da celulose e do volume recorde de vendas registrado de outubro a dezembro.

Para este ano, a maior produtora mundial de celulose branqueada de eucalipto espera que o preço da commodity fique "pelo menos estável", de acordo com o vice-presidente financeiro do grupo, Isac Zagury.

"Em 2006, embora os analistas tivessem previsto uma queda de 10 por cento dos preços, o preço da celulose subiu 9%, na média", observou.

Ele descarta um movimento de baixa no preço da celulose como o observado nas últimas semanas nas commodities metálicas.

"Os fundamentos (da celulose) continuam positivos... Do lado da demanda prossegue um crescimento forte e do lado da oferta continuamos a ver fechamentos de capacidades no hemisfério Norte, porque não são mais competitivas", disse Zagury em entrevista por telefone.

As estimativas da Aracruz, com base em dados de consultorias internacionais, são de adição líquida de 1 milhão de toneladas por ano de celulose no mundo nos próximos cinco anos. "Isso pode facilmente ser absorvido pela demanda."

O executivo demonstra pouco receio com a eventual desaceleração do crescimento dos Estados Unidos, porque lá, segundo ele, o consumo de celulose é estável e já não tem correlação com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).

"Onde há mais correlação com o PIB são nos mercados emergentes. Na China, o mercado de celulose vem crescendo a 12 por cento e o PIB lá está crescendo 9,5 por cento. Talvez essa desaceleração da economia dos EUA seja compensada pelo crescimento contínuo forte na Ásia", comentou.

RESULTADO

No acumulado de 2006, a Aracruz teve lucro líquido 1,15 bilhão de reais, praticamente igual ao resultado positivo recorde registrado em 2005, de 1,17 bilhão de reais.

O resultado financeiro das operações de hedge --contratos de dólar futuro-- contribuiu com cerca de 193 milhões de reais para o lucro da companhia no ano passado.

O volume de vendas de celulose foi de 806 mil toneladas no quarto trimestre e de 3,02 milhões de toneladas em 2006, ambos recordes.

A receita líquida totalizou 984,5 milhões de reais no último trimestre e 3,66 bilhões de reais nos 12 meses de 2006.

O lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda, na sigla em inglês) foi de 468,7 milhões de reais no quarto trimestre e de 1,75 bilhão de reais no ano, incluindo a participação na Veracel (Bahia), joint-venture na qual a Aracruz detém 50 por cento de participação.

A produção de celulose em 2006 ficou em 3,1 milhões de toneladas, também recorde.

O orçamento da Aracruz para este ano contempla o dólar a cerca de 2,20 reais em dezembro, com custo de produção estável em 190 dólares por tonelada, informou Zagury. A expectativa da empresa é que a produção e o volume de vendas subam 5 por cento em relação ao ano passado.

A companhia pretende investir 300 milhões de dólares em 2007 e 155 milhões de dólares em cada um dos anos seguintes até 2010, incluindo parcela na Veracel. As cifras não contemplam novas linhas de produção.

O vice-presidente financeiro acredita que o Conselho de Administração aprovará entre o final de 2008 e início de 2009 a ampliação da unidade Guaíba (Rio Grande do Sul) em até 1,3 milhão de toneladas, com investimento superior a 1 bilhão de dólares. O início da obra deve ocorrer em 2010.

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