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Lucro da Bunge cresce 115% no trimestre, para R$ 228 milhões


A ótima fase da agricultura no Brasil foi apontado como o maior responsável pelo aumento do lucro da Bunge Ltd. no mundo. "O bom desempenho das operações internacionais, sobretudo na América do Sul, ajudaram a compensar a queda das margens de rentabilidade na América do Norte", diz Alberto Weisser, CEO da Bunge, maior indústria mundial de oleaginosas.

"O aumento agressivo do plantio no Brasil impulsionou as vendas de fertilizantes." O lucro foi de US$ 40 milhões no primeiro trimestre, três vezes maior em relação a igual período de 2002, quando totalizou US$ 13 milhões. O faturamento cresceu 82%, para US$ 4,9 bilhões no mundo.

Enquanto nos Estados Unidos a Bunge e suas rivais, como a Archer Daniels Midland (ADM), foram obrigadas a reduzir a produção e até a fechar fábricas em razão das baixas margens de lucratividade, no Brasil a Bunge está em franca expansão. No primeiro trimestre, suas controladoras Bunge Alimentos e Bunge Fertilizantes investiram, juntas, R$ 92 milhões, volume 61,4% maior em relação a igual período de 2002. "Estamos reforçando nossa aposta no Brasil", diz Milton Notrispe, diretor de relações com o mercado da holding Bunge Brasil.

A empresa pegou carona no bom desempenho da agricultura, que puxou as vendas de fertilizantes e injetou dinheiro no campo. O dólar valorizado impulsinou as exportações e a Bunge se beneficiou largamento disso. No primeiro trimestre, ela lucrou R$ 228 milhões, resultado 115% maior em relação a igual período do ano passado. É um dos melhores resultados de sua história, perdendo apenas para o quarto trimestre do ano passado, quando lucrou R$ 822 milhões. O faturamento foi 89% maior, somando R$ 3,4 bilhões. "Investimos e nos reestruturamos na hora certa e agora estamos colhendo os lucros", diz Notrispe.

Com o dólar valorizado, a empresa praticamente triplicou suas exportações, para R$ 1 bilhão, o correspondente a quase um terço de sua receita. A Bunge Alimentos fechou o trimestre com lucro de R$ 185 milhões, resultado 8,4 vezes superior ao apurado em igual período de 2002, quando lucrou R$ 22 milhões. A receita, de R$ 2,3 bilhões, é o dobro do apurado em 2002. O aumento da receita é excepcional. "Nossa meta inicial era ambiciosa, crescer 40%, e superamos em muito", diz Sérgio Waldrich, presidente da Bunge Alimentos. "Nos últimos dois anos, investimos US$ 150 milhões na área de alimentos. O esmagamento de soja cresce 10% ao ano. Hoje, nossa capacidade é 25 mil toneladas/dia", diz Waldrich. "Nossa meta é investir US$ 100 milhões por ano em alimentos", afirma.

A Bunge Fertilizantes teve lucro de R$ 56 milhões no trimestre, em relação ao prejuízo de 5 milhões em 2002. A receita, de R$ 1,1 bilhão, é duas vezes maior em relação aos primeiros três meses de 2003.

O endividamento líquido da Bunge Brasil em 31 de março de 2003 era de US$ 1,271 bilhão, dos quais 99% em moeda estrangeira. "A maior parte de nossa dívida (US$ 600 milhões) não é com os bancos, mas com nossa controladora nos EUA." O endividamento caiu em relação a igual período de 2002, quando era de US$ 1,304 bilhão.

Segundo o presidente da Bunge Fertilizantes, Mario Barbosa, as vendas no País cresceram 20% e a empresa manteve sua participação de 30% no mercado de adubo, com destaques para milho, cana café.

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