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Macieiras da Epagri-SC são cultivadas no Nordeste brasileiro



Entre os dias 3 e 6 de dezembro, pesquisadores da Epagri/Estação Experimental de Caçador estiveram em Petrolina (PE), visitando unidades experimentais e áreas de produtores de maçã, pêra, uva, caqui e mirtilo, entre outras fruteiras de clima temperado.


O principal objetivo da visita, no entanto, foi visitar áreas de produção da cultivar de macieira “Princesa”, desenvolvida e lançada pela Epagri em 1986, mas que tem sido muito pouco plantada no Sul do Brasil por brotar e florescer muito cedo e pela qualidade de frutas que é inferior às demais cultivares de ciclo precoce atualmente utilizadas por aqui, tais como a ‘Eva’ e a ‘Condessa’.

A brotação muito precoce geralmente implica em alto risco de perda de safras em anos que ocorrer geadas tardias, tal como ocorreu esse ano. Em função disso, a ‘Princesa’ vinha sendo utilizada basicamente como polinizadora das cultivares ‘Eva’ e ‘Condessa’. Isso até ser introduzida no Vale do São Francisco pela Embrapa/Semiárido há alguns anos. Desde então, a cultivar ‘Princesa’ tem mostrado bons resultados de frutificação a campo, com alto potencial de produção na região do Vale do Rio São Francisco. Hoje, há diversas áreas experimentais e unidades demonstrativas com essa cultivar naquela região, em um trabalho coordenado pelo pesquisador da Embrapa/Semiárido, Paulo Roberto Coelho Lopes. Também há outras cultivares de macieira estão sendo testadas, sendo que a ‘Princesa’ é uma das cultivares que mais tem se destacado naquela região.


Convidados pelo coordenador do projeto de avaliação de macieiras no Vale do São Francisco, Paulo Roberto, os pesquisadores da Epagri Frederico Denardi e Marcus Vinicius Kvitschal foram à Petrolina e puderam visualizar in loco o desenvolvimento e a produção de macieiras naquela condição climática. Os pesquisadores Frederico e Marcus relatam que o clima é extremamente seco, com precipitação pluvial média anual 4 vezes menor que aquela ocorrida nos Estados do Sul e a temperatura raramente é inferior a 22°C. Como as propriedades rurais daquela região são abastecidas com água do Rio São Francisco para irrigação, é possível fornecer água na medida certa às plantas, além do que também se fornece todos os nutrientes necessários via irrigação. Dessa forma, plantas de macieira recebem o estímulo necessário para continuar crescendo durante todo o ano, diferente do que ocorre aqui no Sul, onde as plantas precisam passar por um período de repouso, chamado de “dormência”, para formar as reservas necessárias para próxima safra. No semiárido, tanto a fase de formação de reservas da planta quanto a produção ocorrem simultaneamente. Assim, naquelas condições é possível se produzir e colher maçãs o ano todo.

altNesse trabalho, a Embrapa/Semiárido, em parceria com a Epagri, pretende identificar novas cultivares que se adaptem às condições do clima quente e seco do Vale do São Francisco, para que o Nordeste possa produzir maçãs destinadas a abastecer parte da demanda desta fruta na região nordeste do Brasil, principalmente nas épocas em que há menor oferta de maçãs e que também coincide com uma época em que a qualidade das maçãs ofertadas no mercado nordestino é de péssima qualidade.


“A Epagri, assim, tem contribuído significativamente para o desenvolvimento da fruticultura tanto no cenário estadual como nacional”, afirma o pesquisador Marcus, salientando ainda que é muito importante expandir as fronteiras da Epagri pelo Brasil e pelo mundo, fazendo intercâmbio continuo de conhecimento e de tecnologias, sempre buscando parcerias e recursos.
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