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Mais Alimentos estrutura produção de leite em Goiás e Minas Gerais


“O dinheiro chegou na hora certa”. É o que conta Ademar Ferreira de Freitas, 46, morador do assentamento Poções, no município de Rialma (GO), referindo-se aos recursos do Mais Alimentos, programa que financia a estrutura produtiva de unidades familiares criado em 2008 pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). Ademar é um dos produtores do assentamento localizado no município de Rialma (GO) que acessou os recursos do Programa. Com os R$ 24,5 mil que financiou em novembro de 2008, comprou dez matrizes leiteiras da raça girolanda. O resultado do investimento se traduziu no aumento da produção de 90 para 240 litros de leite/dia.

O mesmo ocorreu no lote de José Pedro Vicente Filho, 48, onde a produção de leite cresceu de 80 para 130 litros/dia após a aquisição de seis vacas girolanda com recursos do Mais Alimentos. Vicente Filho também utilizou parte dos R$ 28 mil financiados no final do ano passado para construir um barracão com curral para tirar leite. Para ele, o Mais Alimentos é estimulante porque aumenta a renda do produtor.

“A produção melhorou porque o rebanho melhorou”, explica o engenheiro agrônomo Jales Alves Barreto, da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seagro) em Rialma. Responsável pela assistência técnica do assentamento Poções, por meio de convênio com o Serviço de Assistência Técnica, Social e Ambiental (Ates), do Incra, Barreto lembra que os recursos do Mais Alimentos proporcionaram outras melhorias na infraestrutura produtiva. Os produtores também destinaram recursos do Programa para melhoria de pastagem, inseminação artificial e construção de barracões para ordenha e currais.

Capacitação e organização

Antes do lançamento do Mais Alimentos, a representação da Seagro em Rialma e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) realizaram um curso sobre gestão da propriedade rural na área de bovinocultura de leite para os assentados do Poções. Durante o curso, que durou seis meses, eles aprenderam a manejar o gado, formar pastagem, controlar mastite e sobre a qualidade do leite. “Com o Mais Alimentos, eles tiveram a oportunidade de aplicar o que aprenderam”, explica Barreto.

Os produtores também investiram em organização. Há seis anos, 24 famílias do assentamento formaram a Cooperativa de Agricultores Familiares do Assentamento Poções (Coopafar). Vicente Filho diz que Coopafar consegue vender o leite para uma empresa de laticínios a R$ 0,60 o litro, valor 30% maior do que o obtido pelos produtores que vendem individualmente. Por mês, os cooperados entregam até 45 mil litros de leite. A Coopafar também possibilita a compra de insumos, como adubo, soja e milho para ração, com descontos de até 12%. A Cooperativa mantém uma fábrica de ração e um viveiro de mudas de plantas típicas do Cerrado. Segundo Vicente Filho, a pequena fábrica ajuda a diminuir os custos com o rebanho, e o viveiro é uma fonte de renda alternativa para os cooperados.

Atividades fortalecidas

O impulso à estruturação produtiva da cadeia do leite nas unidades familiares proporcionado pelo Mais Alimentos também chegou à fazenda Sonho Meu, em Itambacuri (MG), onde o produtor Pedro Lopes da Silva, 70, utilizou parte dos R$ 28 mil que acessou por meio do Mais Alimentos para incorporar cinco vacas de leite ao plantel hoje formado por 30 animais. O restante foi destinado a um tanque de resfriamento com capacidade para mil litros, instalado em um galpão construído próximo ao curral.

Com o tanque, a renda com a venda do leite deve aumentar em até 40%, projeta o técnico agrícola Joaquim Lopes da Silva Neto, 43, filho de Pedro Lopes, que ajudou o pai a pensar o progresso da fazenda. Joaquim prevê que o litro do produto, que era vendido em latão por R$ 0,50, poderá ser comercializado por até R$ 0,70. A entrega de leite resfriado deve começar no próximo mês. “O tanque é muito bom e vai servir até quando a gente aumentar a produção”, conta Joaquim. Hoje, na fazenda Sonho Meu, são produzidos 150 litros de leite por dia, entregues diariamente à cooperativa do município.

Joaquim destaca a importância das políticas públicas para a estruturação da produção. “No início, não tinha nada. Não tinha renda de nada, não tinha cerca. As condições hoje estão fantásticas. Pastagem boa, rebanho pequeno, mais muito bom”. O técnico agrícola define o Mais Alimentos como o melhor financiamento. “Além dos juros caírem pra 2% ao ano, ele tem período de carência maior e mais anos pra pagar”.

O Programa

O Mais Alimentos é uma linha de crédito de até R$ 100 mil, que podem ser pagos em até dez anos, com juros de apenas 2% ao ano e prazo de até três anos de carência para começar a pagar o financiamento. Além de tratores e equipamentos agrícolas, o Programa financia projetos que contemplam galpões de armazenagem, silos, construções e maquinário para ordenha, resfriadores e correção de solo.

O Mais Alimentos contempla os seguintes produtos e atividades: açafrão, arroz, café, centeio, feijão, mandioca, milho, sorgo, trigo, apicultura, aquicultura, avicultura, bovinocultura de corte, bovinocultura de leite, caprinocultura, fruticultura, olericultura, ovinocultura, pesca e suinocultura.

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