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Manejo da lagarta-do-cartucho no sorgo forrageiro pode associar controles biológico e químico

Lagarta-do-cartucho é uma praga com ampla distribuição geográfica e assume papel de destaque entre as que causam danos na cultura


A lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda) é uma praga com ampla distribuição geográfica e assume papel de destaque entre as que causam danos na cultura do sorgo. A lagarta pode causar prejuízos de 17 a 38,7% na produção, levando em conta fatores como o ambiente, a cultivar e o estádio de desenvolvimento das plantas.

Os danos podem ser maiores quando a infestação ocorre até a fase de 8 a 10 folhas completamente desenvolvidas. Por isso, o produtor precisa ficar atento para monitorar a praga, desde o início. Na maioria das vezes, as decisões de controlar, ou não, pragas são tomadas de forma empírica e, geralmente, são precipitadas ou tardias. Isto aumenta o custo de produção e promove desequilíbrio no agroecossistema.

Para orientar produtores sobre o manejo da lagarta-do-cartucho no sorgo, pesquisadores da Embrapa Milho e Sorgo publicaram o Comunicado Técnico 234 "Associação dos controles biológico e químico para manejo da lagarta-do-cartucho na cultura do sorgo forrageiro".

O monitoramento, por meio das estratégias do Manejo Integrado de Pragas, permite a tomada de decisão para o controle eficiente, ao mostrar o momento mais adequado. Fornece também subsídios para a escolha do produto mais indicado em cada situação. O controle pode ser químico ou biológico.

O pesquisador Ivênio Rubens de Oliveira ressalta que o controle de pragas é algo corriqueiro no dia a dia do produtor rural. "No caso do plantio de sorgo para a produção de silagem, não é diferente. As lagartas, ao consumirem a área foliar, podem interferir diretamente na produção por diminuir a quantidade de massa verde e indiretamente por interferir no desenvolvimento das plantas, o que leva a uma menor produção por área plantada".

"Já em casos de surtos populacionais de lagartas, principalmente a lagarta-do-cartucho, se não houver monitoramento que detecte a praga logo no início, o produtor poderá se encontrar numa situação em que a única opção será o controle com uso de inseticida químico. Escolhendo o produto certo, o produtor poderá alcançar sucesso no controle", diz Oliveira.

Mas a praga, geralmente, permanece na área e o produtor precisa continuar atento. "Para isso, é preciso manter o monitoramento, e, a partir de então, se ocorrer novo ataque, será possível utilizar um produto mais ajustado a um sistema de produção sustentável, de preferência, um biológico. Assim, o produtor poderá terminar a sua safra com responsabilidade social e ambiental, além de assegurar bom retorno econômico", orienta.

Segundo Oliveira, para fazer a interação de inseticidas químicos e o controle biológico são necessárias duas etapas prioritárias. "A primeira está na escolha do produto químico que deverá ser seletivo ao maior número de inimigos naturais quanto possível. Isto é, um produto que seja específico para matar apenas a praga e preservar os outros organismos que não sejam alvo. Desta forma, serão preservados aqueles agentes de controle biológico que podem estar presentes na área. Isto será importantíssimo para que a praga não venha ocorrer em níveis capazes de causar prejuízo". 

Já a segunda etapa está na observação da presença da praga na área de plantio, ou seja, o monitoramento. "Neste caso, a primeira opção de controle a ser adotada é o uso da vespinha parasitoide de ovos Trichogramma, porque este inimigo natural vai controlar a lagarta em sua fase que ainda não causou prejuízo algum, o ovo. Outra opção é o uso de inseticidas microbiológicos à base de baculovírus ou Bacillus thuringiensis (Bt), que controlarão as lagartas, desde que estas estejam nos primeiros instares, com cerca de 1 cm de comprimento, não permitindo que elas se desenvolvam ao ponto de causar prejuízo", explica Oliveira.

O Comunicado Técnico 234 "Associação dos controles biológico e químico para manejo da lagarta-do-cartucho na cultura do sorgo forrageiro" está disponível para download, na biblioteca da Embrapa. Clique aqui.
 

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