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Manga plantada em Petrolina/PE conquista mercado europeu

Produtividade é de cerca de 20 toneladas por cada hectare


De origem americana, a manga kent não tem fibras; Vale do São Francisco tem aproximadamente mil hectares ocupados pelo plantio da espécie - a produtividade é de cerca de 20 toneladas por cada hectare

Uma variedade de manga produzida no Vale do São Francisco, no Sertão pernambucano, está conquistando o paladar dos europeus. De origem americana, a manga kent não tem fibras como as outras variedades. O Vale tem aproximadamente mil hectares ocupados pela manga Kent – a produtividade é de cerca de 20 toneladas por cada hectare.

A fazenda do gerente comercial Paulo Dantas fica em Belém do São Francisco – ele começou o plantio desta variedade da fruta em 1997. "Desde o início nós observamos que o mercado apresentava certa preferência pela manga kent, exportada então pelo México. Isso começou a despertar o interesse em trazer a kent para o Brasil. Em 1997 eu fui pessoalmente, numa aventura no México, buscar as primeiras mudas de kent", conta o produtor.

DIFERENCIAL
Origem americana, produzida no Brasil e consumida pelos europeus. A ausência de fibras é uma das características que fazem a fruta ser tão procurada por consumidores internacionais. "É o diferencial dela. A gente costuma dizer que é a manga que se come de colher", explica o agrônomo Leonardo Dantas.

A safra deste ano, na fazenda, será de três mil toneladas. É preciso cuidado como manejo para não comprometer quase oito meses de trabalho. Sobre a casca, uma camada de cal protege a fruta do sol forte nordestino. "O maior cuidado que a gente tem quando está colhendo é no contato com a tesoura e também para não perfurar com a unha. Ter os cuidados também com os contentores, no lugar que coloca também, sempre deitada para não quebrar o talo e “desleitar” a manga", ensina Valdomiro Freitas, coordenador de embalagens.

ÁGUA
O pomar fica em uma ilha e ocupa uma área de 150 hectares. A escassez de água no semiárido pernambucano não é um problema no local. O transporte é feito por caminhões que dependem de balsas para atravessar o rio São Francisco e, dez minutos depois, a carga segue por terra até a indústria.

Responsável pelo controle de qualidade, Fernando Freitas diz que depois que vem do campo a manga passa pelo processo de embalagem. "Nós temos um controle de qualidade que faz a análise inicial do fruto, a partir daí cortamos o pedúnculo da manga e passamos pelo processo de lavagem", esclarece. O detergente misturado à água foi desenvolvido pela Embrapa para atender ao exigente mercado internacional. A fruta recebe ainda uma substância para protegê-la de impurezas. Como se fosse joias, elas são polidas uma a uma.

SELEÇÃO
Em outro galpão, um sistema computadorizado seleciona as frutas pelo peso antes da embalagem. "As mulheres têm mais cuidado com o fruto. Elas colocam para cima, as frutas arranhadas não vão, toda bonitinha, a caixa", detalha a embaladeira Tatiana Maria Ribeiro.

Fabiano Ramos é outro brasileiro que arriscou investir nessa produção. A fazenda na zona rural de Petrolina vende tão bem no mercado externo que ele já pensa em ampliar os negócios no Brasil. "Inicialmente São Paulo, que é o grande centro de consumo, depois Rio de Janeiro, Curitiba e aí partir para o Nordeste, que também tem um potencial muito grande de desenvolvimento dessa variedade", diz o produtor Fabiano Ramos.

"Como a kent tem 20% de manga colorida, ela é mais valorizada na Europa e são exportadas por via aérea, principalmente para a França, onde eles pagam pelo sabor e pelo visual da fruta", explica Paulo Dantas. Segundo ele, os 80% de manga que têm pouca coloração vermelha abastecem as redes de supermercado da Europa, o grande mercado. "Esses clientes já sabem que apesar da fruta ter casca verde, o sabor é o mesmo", arremata Dantas.

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