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Manobra segura no campo

Acidentes com tratores ou máquinas agrícolas são recorrentes e, boa parte das ocorrências, provocadas pelos próprios operadores


Acidentes com tratores ou máquinas agrícolas são recorrentes e, boa parte das ocorrências, provocadas pelos próprios operadores. A Falta de conhecimento e de informação ou negligência são as principais causas.

Cuidado! Qualquer descuido pode ser fatal. Não são raras as notícias de acidentes com tratores, máquinas e implementos agrícolas dentro de propriedades rurais ou em vias públicas. O perigo – na maioria das vezes provocado pelos próprios operadores – pode ser consequência de três fatores: falta de conhecimento, falta de informação ou negligência. Na somatória – e de forma muito simplista – os itens citados fazem parte de um velho hábito cultural dos brasileiros: nunca ler o manual de instruções antes de começar a usar qualquer aparelho.

  Esta, aliás, é uma das primeiras recomendações dos instrutores. ‘‘É preciso conhecer o equipamento antes de operá-lo, ler o manual do operador. Muitos imaginam que não há perigo em operar um trator ou uma máquina agrícola, mas é aí que mora o perigo’’, afirma Edson Luiz Limper, instrutor do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar). Somente por meio deste procedimento é que o ‘‘motorista’’ poderá conhecer a máquina, todos os seus componentes, instrumentos e recursos. A capacitação e a qualificação também são caminhos apontados para evitar acidentes.

  A operação de máquinas não deve ser feita sem os conhecimentos básicos de segurança e operação. Qualquer descuido pode provocar danos materiais, lesões corporais e até mortes. Antes de dar a partida, o instrutor sugere a verificação de 12 itens básicos, que vão desde ajustar o banco, colocar o cinto de segurança e buzinar para alertar outras pessoas que estejam ao redor (veja quadro). Também vale lembrar que o trator deve transportar apenas uma pessoa e não é um meio de transporte. Por isso, caronas são proibidas. ‘‘O trator não tem suspensão, é rígido. Qualquer buraco ou pedra pode descontrolar o veículo e lançar as pessoas que estejam sobre ele’’, explica.

  Outro problema é que estimativas indicam que 95% dos operadores não usam o cinto de segurança. A maioria se sente protegida somente pelos arcos de segurança ou pelas cabines. No entanto, devido à falta de suspensão o uso do cinto de segurança é imprescindível. É importante também reforçar que tratores e máquinas agrícolas não podem deslocar-se em rodovias. Estes equipamentos são de uso estritamente rural. Em rodovias, o transporte de máquinas deve ser feito em pranchas instaladas em caminhões. Se o trajeto for curto é necessário o acompanhamento de batedores e da Polícia Rodoviária.

  ‘‘Falta consciência de alguns produtores, mas também falta fiscalização, a polícia não tem condições de fiscalizar tudo’’, reconhece Limper. A velocidade de deslocamento deve ser inferior a 30 quilômetros por hora, justamente pela falta de suspensão do trator. Além disso, se o deslocamento for feito todos os faróis e a seta de alerta devem estar ligados, mesmo com a presença de batedores. Para operar um trator o motorista deve ter carteira de habilitação ‘‘C’’, se for utilizar reboques a classificação sobe para ‘‘E’’. No entanto, o próprio instrutor reconhece que a maioria dos operadores não têm a carteira de habilitação adequada.

  Além disso, ele faz um alerta para os motoristas que trafegam em rodovias. A velocidade indicada para a pista deve ser seguida e a atenção deve ser constante. Caso o motorista aviste um trator ou máquina na estrada a velocidade deve ser reduzida imediatamente. ‘‘Este cuidado deve ser redobrado principalmente em períodos de safra’’, salienta. 

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