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Mapa autoriza plantio de soja em Mato Grosso

Ministério autorizou cultivo da oleaginosa em Mato Grosso em 360 ha voltados à pesquisa científica. Vazio começou dia 15


O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), por meio da Superintendência Federal da Agricultura em Mato Grosso, autorizou o plantio de 360 hectares de soja durante o período do vazio sanitário no Estado. O plantio, entretanto, só poderá ser feito para fins de pesquisa científica.

Durante o vazio sanitário, que vai de 15 de junho a 15 de setembro, é proibido o cultivo de soja em escala comercial ou para produção de sementes. O objetivo é evitar o surgimento de focos da ferrugem asiática da soja, que nas últimas safras vem causado grandes prejuízos aos produtores. Quem plantar soja neste período poderá ser multado em até R$ 80 mil, além de ter sua plantação destruída pela fiscalização.

De acordo com o coordenador da Comissão de Defesa Vegetal da SFA em Mato Grosso, Wanderlei Dias Guerra, as áreas autorizadas para plantio de soja no período do vazio sanitário de 2009 estão localizadas nos municípios de Sorriso, com o maior plantio (233 hectares), Lucas do Rio Verde (60 hectares), Itiquira (50 hectares), Sinop (10 hectares), Rondonópolis (6 hectares) e Dom Aquino (1 hectare).

No total, sete empresas de pesquisa foram autorizadas pelo Mapa para desenvolver seus experimentos em várias áreas, visando à multiplicação e produção de sementes resistentes à ferrugem asiática da soja. Foi autorizado também o cultivo em uma área experimental de 300 metros quadrados (m²) no município de Primavera do Leste. A Comissão de Defesa Vegetal utilizará 2 hectares para avaliar o efeito da ferrugem na planta tigüera. (Veja quadro ao lado)

Wanderlei Guerra explicou que os plantios para fins de pesquisa também ficam sujeitos à fiscalização. "Caso as áreas não respeitem os padrões de conformidade (ferrugem zero), serão sumariamente destruídas pela fiscalização", esclareceu.

O objetivo da pesquisa neste período de proibição de plantio é o melhoramento genético, avanço das variedades, avaliação de outras doenças - como nematóide de galha, cancro da haste e nematóide de cisto - e multiplicação de sementes genéticas.

VAZIO - Este é o quarto ano em que os produtores mato-grossenses ficam sujeitos à proibição. Na prática, o vazio sanitário significa que, durante o período de entressafra, 90 dias, não se deve ter planta viva de soja nas lavouras. "O objetivo do procedimento é evitar a transmissão da ferrugem asiática. Deixar de plantar por um período é uma ação chamada de eliminação da ponte verde, já que a soja é o principal hospedeiro do fungo causador da doença", explica Guerra. A doença quando se instala na soja reduz o crescimento dos grãos o que impacta direto na produtividade por hectare. Além das perdas em volume, a ferrugem aumenta as despesas do trato cultural, pois requer maior aplicação de fungicidas.

O Mapa faz diversas recomendações aos produtores mato-grossenses para o vazio sanitário de 2009. Uma delas é fazer o plantio antecipado de soja com variedades precoces e o monitoramento efetivo da lavoura por meio de aplicações preventivas ou nos primeiros sintomas da doença. MONITORAMENTO - Em parceria com o Instituto de Defesa Agropecuária (Indea), Centro Universitário de Várzea Grande (Univag), Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja e Milho) e Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), o Mapa está monitorando este ano 15 municípios para avaliar o comportamento da ferrugem asiática no período da entressafra. "Selecionamos alguns municípios, como Tangará, Campo Novo, Campos de Júlio, Sorriso, Sinop, Deciolândia, Lucas, Campo Verde, Primavera, Rondonópolis, Pedra Preta, Canarana e Querência do Norte. Em cada local, definimos uma pequena área em que a tigüera não foi destruída. Dessas áreas, fazemos a cada 15 dias coletas da folha com ferrugem para avaliar a germinação e inceptividade dos esporos", explica Wanderlei Guerra.

Objetivo, segundo ele, é ver em cada região até quando essas plantas de soja ficam vivas e qual a intensidade e principal fator climático que pode interferir na ferrugem. "Na verdade, queremos obter mais detalhes sobre a doença durante o período do vazio sanitário. Se chegarmos à conclusão de que em uma determinada região a ferrugem fica viva por mais tempo ou plantas de tigüera morrem antes, poderemos passar informações mais precisas e orientar o produtor a fazer um melhor monitoramento da lavoura". Uma das preocupações do Mapa é em relação à grande quantidade de plantas tigüera no meio da área de girassol e crotalária (leguminosa de inverno plantada para controlar neumatóides), nas regiões de Sapezal, Campo Novo e Campos de Júlio.

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