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Mapa lança alerta contra infestações de ferrugem asiática em Mato Grosso

Faltando poucas semanas para o fim do Vazio, há muita planta no campo abrigando o fungo


A 20 dias do término do período proibitivo para o plantio de soja em Mato Grosso, também conhecido como “Vazio Sanitário”, a Superintendência Regional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) faz um alerta aos produtores sobre os riscos de infestação de ferrugem asiática nas lavouras após o início da semeadura, permitido a partir de 16 de setembro.

“Selecionamos 14 municípios para o trabalho de monitoramento e estamos preocupados com a grande quantidade de plantas tigueras no meio de plantios de girassol, milheto e crotalária. Temos informações da existência dessas plantas no meio das lavouras localizadas em Campo Novo do Parecis, Sapezal, Campos de Júlio e parte da região”, advertiu o coordenador da Comissão de Defesa Vegetal da Superintendência Federal da Agricultura (SFA) em Mato Grosso, Wanderley Dias Guerra.

Segundo ele, todas as regiões pesquisadas demonstraram que a ferrugem está presente em plantas tigüeras (aquelas que nascem das sementes caídas durante a colheita, brotam de maneira involuntária). “Estamos preocupados com a ocorrência mais cedo da ferrugem nesta safra nas regiões onde os produtores não fizeram a destruição eficiente da tigüera. O Mapa alerta que muitos produtores ainda estão com plantas verdes em suas lavouras”. Ele acrescenta que mesmo não tendo plantas verdes, o produtor deve gradear e incorporar a terra, pois até mesmo nas folhas secas “foi constatada a presença de esporos viáveis da ferrugem”.

Dias Guerra informou que em praticamente todas as regiões monitoradas as plantas tigueras não-destruídas corretamente rebrotaram dos grãos caídos ao solo. “Com as primeiras chuvas – como já ocorre agora - e o preparo do solo, essas plantas vão germinar antes das sementes a serem semeadas, hospedando primeiramente a ferrugem e ficando fora de controle”. Neste caso, o produtor deve fazer a pulverização imediata e o monitoramento da área infestada.

Em cada local, foi selecionada uma pequena área em que a tiguera não foi destruída. Dessas áreas, estão sendo feitas as coletas a cada 15 dias da folha com ferrugem para avaliar a germinação e inceptividade dos esporos, isto é, se causa infecção.

O técnico do Mapa diz que muitos produtores, ao invés de destruírem a tiguera, estão plantando o milheto, cultura que pode estar escondendo as plantas tigüeras. “O produtor não é proibido de plantar estas culturas, porém antes têm de destruir as plantas tigüeras. O girassol, por exemplo, propicia condições climáticas melhores ainda para a ferrugem, pois dá condições de sombra e a planta de soja tem um período de umidade maior. Quanto mais tempo a planta fica molhada por conta do orvalho, mais ferrugem pode desenvolver”.

O monitoramento está sendo realizado nos municípios de Tangará da Serra, Campo Novo do Parecis, Campos de Júlio, Diamantino, Sorriso, Sinop, Deciolândia, Lucas do Rio Verde, Campo Verde, Primavera do Leste, Rondonópolis, Pedra Preta, Canarana e Querência do Norte.

Segundo Wanderlei Guerra, o produtor deve estar atento à qualidade da aplicação, utilizando equipamentos bem regulados e uso das doses recomendadas. Lembrou que este ano, em decorrência do prolongamento das chuvas, os produtores terão de “redobrar a atenção e fazer melhor controle porque a ferrugem pode ressurgir neste período de início de plantio, já que a quantidade de fungos vivos nas plantas remanescentes é maior este ano”.

Na safra 08/09 o número de focos de ferrugem asiática nas lavouras de Mato Grosso aumentou 8,94%, passando de 302 casos para 329.

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