Máquina busca facilitar derriça em montanha
Protótipo permite atividade no cafezal em elevação de até 16 graus
Derriçar café em região elevada é um desafio. A falta de mecanização e dificuldades de tratorização devido a topografia traz problemas aos cafeicultores como a maior demanda de mão-de-obra, por vezes escassa e cara.
A cafeicultura de montanha é responsável por um volume de produção anual de cerca de 13 a 15 milhões de sacas de café no Brasil. O aproveitamento de áreas menos declivosas das montanhas, topos e encostas suaves, tem despertado interesse, mas exigem muito trabalho e gastos na adaptação do terreno e das lavouras. Por isso a pesquisa trabalha para resolver o problema.
Uma dessas soluções foi desenvolvida pelo Departamento de Engenharia Agrícola (DEA), da Universidade Federal de Viçosa (UFV/MG). Um grupo multidisciplinar começou o desenvolvimento de um protótipo de derriçadora em 2011. O trabalho é fruto do doutorado do Raphael Moreira, com orientação do professor Mauri Martins Teixeira. “A demanda veio de cafeicultores da região e meu orientador também é cafeicultor. Tínhamos a meta de fazer algo efetivo e de baixo custo, para se adequar ao perfil da agricultura familiar”, explica Moreira.
O protótipo e suas características podem ser conferidas no vídeo ao final desta reportagem. O equipamento permite que se realize trabalho em períodos noturnos e também que haja liberação da planta em menor tempo, criando melhores condições de recuperação para uma nova safra. Além do café também pode ser usado em culturas similares como azeitona e uva, com resultados parecidos.
Conversamos com o Rafhael pela internet e você confere mais detalhes da máquina. A patente saiu neste ano e já há duas empresas interessadas em desenvolver e aperfeiçoar a derriçadora comercialmente.