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Marfrig vende R$ 887 milhões em ações na Bolsa

A demanda pelos papéis da empresa superou a oferta em 2,5 vezes


O frigorífico Marfrig, um dos maiores do País, com capacidade de abate de até 12,9 mil cabeças de gado por dia, estreou na semana passada na Bolsa de Valores de São Paulo. A oferta da Marfrig somou R$ 887,4 milhões e poderá ser elevada em 15% caso a empresa consiga vender também o lote suplementar de ações. A demanda pelos papéis da empresa superou a oferta em 2,5 vezes, segundo fontes do mercado. Ainda não há definições sobre o lote suplementar, que tem um prazo de 30 dias. A Marfrig deve utilizar os recursos captados em investimentos - principalmente na compra de outros frigoríficos.

Fontes informaram que a demanda poderia ter sido ainda maior caso o processo de abertura de capital (IPO, na sigla em inglês) do Friboi, primeiro frigorífico brasileiro a abrir capital, não tivesse ficado abaixo das expectativas de mercado - em março, o IPO da empresa alcançou R$ 1,6 bilhão, um desempenho abaixo do esperado. O desempenho do Friboi também teria influenciado a precificação dos papéis, que saíram no piso da faixa sugerida, que ia de R$ 17 a R$ 22. Cerca de 60% das ações vendidas ficaram com investidores estrangeiros e os 40% restantes foram compradas no Brasil.

""O mercado em geral está muito líquido, e os investidores querem ativos brasileiros de qualidade"", diz o vice-presidente do ABN Amro, João Teixeira. O ABN atuou como líder de operação na abertura de capital da Marfrig. ""Um exemplo é o setor de frigoríficos, que há pouquíssimo tempo não tinha nenhuma empresa listada na Bolsa e agora tem duas.""

Movimento:

A estreante na Bolsa ficou em quarto lugar no ranking de ações mais negociadas ontem, com R$ 60,643 milhões. A liderança ficou com a Vale e Petrobras, com respectivamente R$ 251,713 milhões e R$ 198,212 milhões. Em terceiro lugar apareceu outra empresa estreante: o banco Daycoval, com R$ 124,073 milhões.

A oferta do Marfrig ocorreu com um dia de atraso por causa de um erro cometido pela empresa na notificação enviada à CVM. No lugar de informar que a reunião do conselho de administração ocorrera no dia 26 de junho para aprovar a oferta e determinar o preço dos papéis, a empresa informou que a reunião ocorreria em 29 de junho.

A CVM indeferiu o pedido da oferta, mas a companhia entrou com um recurso e conseguiu obter a autorização. Segundo o Marfrig, o problema estava concentrado apenas na oferta primária, por precisar de autorização do conselho para ser emitida.

Cenário:

A oferta do Marfrig foi feita em um momento favorável do setor de carnes. Pela primeira vez, o Brasil é líder mundial na exportação de carne bovina em volume ( 2,6 milhões de toneladas) e em receita (US$ 3,9 bilhões). Em 2006, as vendas do Marfrig chegaram a US$ 2,3 bilhões, um crescimento de quase 50% em relação a 2005.

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