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Marrocos quer produzir fertilizantes no Brasil

País árabe abriu escritório de sua estatal de fosfato em São Paulo


País árabe abriu escritório de sua estatal de fosfato em São Paulo. Objetivo é ter parcerias com Petrobras e Vale para a produção de fertilizantes no Brasil

Foz do Iguaçu – O Marrocos está interessado em produzir fertilizantes no Brasil. O país árabe inaugurou, na semana passada, um escritório da Office Chérifien dês Phosphates (OCP), estatal marroquina de fosfato, em São Paulo. O objetivo é ter um relacionamento mais forte com a Petrobras e a Vale para a produção local de fertilizantes, principal produto importado do Marrocos pelo Brasil.

As informações são do secretário-geral da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Michel Alaby, que esteve presente nesta quinta-feira (16) ao encontro do ministro do Comércio Exterior marroquino, Abdellatif Maâzouz, com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do Brasil, Miguel Jorge, durante a 40ª Cúpula de Presidentes dos Estados Partes do Mercosul e Estados Associados, que vai até sexta-feira (17), em Foz do Iguaçu, no Paraná.

O país árabe participou no último dia 15 da assinatura do Protocolo Final da Rodada São Paulo do Sistema Global de Preferências Comerciais entre Países em Desenvolvimento (SGPC), composto por onze nações e que determina a redução tarifária de 20% sobre a tarifa aplicada a 70% dos produtos comercializados entre os signatários.

Segundo o ministro do Comércio Exterior marroquino, Abdellatif Maâzouz, ele espera que o acordo traga “mais competitividade” ao comércio entre seu país e o Mercosul, e usou seu principal produto de exportação como exemplo.

“Agora estamos exportando muito fertilizante para a Índia, Brasil e Argentina, então nossos fertilizantes estarão mais competitivos nestes países, e será mais barato para os produtores o comprarem, e os produtos agrícolas se tornarão mais baratos para os consumidores”, disse Maâzouz em entrevista à ANBA. Além dos três países mencionados pelo ministro, também assinaram o acordo Paraguai e Uruguai (como parte do Mercosul), Cuba, Egito, Indonésia, Malásia e Coréia do Sul. Há ainda a possibilidade de que outros países venham a integrar o SGPC posteriormente.

Por outro lado, Maâzouz espera que os produtos importados pelo Marrocos do Brasil, por exemplo, como carros, autopeças e equipamentos, estejam “20% mais barato no Marrocos”.

Na reunião com Jorge, Maâzouz abordou também a questão da assinatura de um tratado de livre comércio entre o Mercosul e o Marrocos. O ministro marroquino afirmou que as negociações estavam muito lentas e que ele gostaria que elas pudessem continuar em andamento. Welber Barral, secretário de Comércio Exterior do Brasil, respondeu que ainda não foram terminadas as listas de ofertas e demandas entre as partes.

No encontro, o ministro marroquino falou ainda sobre o adicional de frete de navegação da marinha mercante, que impõe o pagamento de 25% do valor do frete da carga importada ao Brasil por países de fora do Mercosul. Maâzouz disse que, no caso da assinatura de um acordo de livre comércio com o bloco, pediria a isenção da tarifa. Miguel Jorge concordou que tal ato também ajudaria ainda mais a baratear os custos dos fertilizantes para os produtores agrícolas e lembrou que a isenção desta taxa já está prevista nos acordos da Associação Latino Americana de Desenvolvimento e Integração.

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