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Mato Grosso: 46% do milho são negociados

Colheita e vendas estão avançadas mesmo com menos opções de comercialização


Apesar de ter menos opções para comercialização este ano, o milho produzido em Mato Grosso atinge 86,4% da área colhida com 46,8% negociado. O resultado é 17,9 pontos percentuais a mais do que o contabilizado no mês de julho de 2009. Há um ano, além do leilão Prêmio para Escoamento da Produção (PEP), o governo federal adquiriu o milho por meio de Contratos de Opção, de Aquisição do Governo Federal (AGF) e Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro), diferentemente deste ano, em que as vendas estão sendo feitas unicamente por meio do PEP. Do total vendido no Estado, 3,84 milhões de toneladas, 96% foram por meio de leilões.

O gerente de operações da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em Mato Grosso, Charles Córdova Nicolau, explica que esta mudança teve dois motivos. Primeiro a falta de lugar para armazenar o produto dentro do Estado, visto que ainda restam 2,9 milhões de toneladas nos armazéns produzidos nas safra de 2007/2008 e 2008/2009. Além disso, o governo federal reduziu os custos com a realização do PEP, que paga apenas o prêmio para o alcance do preço mínimo, este ano estipulado em R$ 13,98 e não gasta com armazéns, já que o prêmio exige que o comprador retire o produto.

"Se pagava muito caro com aluguel de armazéns e mais os R$ 13,98. Agora pagamos apenas o prêmio", explica o gerente da Conab no Estado.

Quanto aos riscos de não se comercializar o produto, Córdova considera a possibilidade remota. Isso porque o volume estimado para os leilões chega a 7 milhões de toneladas. "Houve uma unificação, tudo que se adquiria em diferentes meios de comercialização foi transferido para o PEP".

Na safra passada, cerca de 1,390 milhão de toneladas foram negociadas em Contratos de Opção em Mato Grosso. Esta modalidade ocorre quando o produtor adquire o direito de vender para o governo antes da colheita, e nesta etapa ele pode decidir se vai ou não concluir a negociação com a Conab comprando o preço oferecido pelo mercado. Caso este seja maior do que o fixado pela companhia, ele pode cancelar a operação.

Em AGF foram comercializadas 520 mil toneladas em 2008. Neste método, o produtor oferece o produto, o governo aceita e após o depósito em armazém efetua o pagamento. Porém, como grande parte foi vendida em Contratos de Opção e eles tinham até o nono mês do ano para concretizar a venda, em julho do ano passado muito do milho que estava comprometido com os contratos só foi realmente comercializado em setembro.

O superintendente do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), Otávio Celidônio, explica que a rapidez na venda do milho observada nesta safra é fruto do volume ofertado nos leilões. "As comercializações estão mais rápidas porque o governo está negociando grande quantidades semanalmente". Em Mato Grosso, os 7 primeiros leilões ofertaram 600 mil toneladas por edição, nesta semana, na próxima quinta-feira (29), vai ser disponibilizado o dobro, 1,2 milhão de toneladas.

Soja - De acordo com o boletim do Imea desta segunda-feira (26), 15,6% da soja da safra 2010/2011, que começa a ser plantada a partir de setembro, está negociada. O índice é 3 pontos percentuais superior ao mesmo mês do ano passado. Otávio Celidônio, superintendente do Imea, diz que os preço no mercado externo, que passou de US$ 9,20 para US$ 9,90, contribuíram para esta vantagem frente à safra anterior, mas que mesmo assim a comercialização é inferior aos de safras mais antigas.

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