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Mato Grosso é tema de estudo de culturas agrícolas


Um artigo intitulado "Fatores de eficiência das culturas agrícolas no Brasil: uma comparação com os Estados Unidos e França nos casos de soja, milho e arroz" foi publicado em uma revista de informações econômicas, edição de novembro de 2004, com os principais resultados deste trabalho.

Gameiro, atualmente professor da Universidade de São Paulo (USP) e analista econômico do Projeto Arroz Brasileiro, explica que, embora os dados utilizados no estudo refiram-se a safras passadas, as condições estruturais da agricultura permanecem em geral as mesmas, validando os resultados no presente.

Arroz, soja e milho foram escolhidos por serem importantes na agricultura brasileira e na economia do país e também por enfrentarem grandes desafios comerciais no âmbito internacional. Estados Unidos e França foram selecionados por apresentarem contextos políticos e econômicos diferenciados dos brasileiros. Além disso, os norte-americanos são importantes concorrentes do Brasil, dividindo com o país a liderança nos mercados internacionais dessas três commodities (excetuando os países asiáticos no caso do arroz).

A metodologia da pesquisa incluiu o levantamento de dados primários a partir de painéis de informantes, os quais reuniram pesquisadores, produtores, técnicos e comerciantes de municípios representativos do Rio Grande do Sul e Mato Grosso.

Juntos, eles definiram a propriedade padrão e elaboraram os custos de produção detalhados. Nos Estados Unidos, os levantamentos de dados foram realizados junto a produtores de grãos nos Estados de Iowa e Arkansas, e na França nas regiões da Camargue e Midi- Pyrénées. As informações disponibilizadas foram completadas com dados secundários sobre custos e preços.

O Brasil se destaca por apresentar o menor custo total de produção para as culturas analisadas, na comparação com os demais países. Enquanto os produtores brasileiros têm um custo de US$ 300/ha para cultivar soja e US$ 283/ha para cultivar milho, os americanos e franceses gastam o dobro para a soja e o triplo para o milho. Já a produção do arroz irrigado é a mais onerosa das três no Brasil (US$ 543/ha), assim como nos Estados Unidos (US$ 942/ha) e na França (US$ 1.169/ha) . A quantidade de sementes utilizada para o plantio de arroz no Brasil é maior que nos Estados Unidos, mas seu preço é menor. A despeito do custo unitário inferior, a pesquisa mostra que o gasto com sementes de arroz no Brasil equivale ao dobro do dispêndio nos Estados Unidos.

Da mesma forma, embora o preço dos fertilizantes no Brasil seja mais baixo do que nos outros países analisados, este item onera muito mais o produtor brasileiro do que o norte-americano, devido à maior quantidade de insumo utilizada no Brasil por hectare, sobretudo no caso da soja.

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