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Mato Grosso inicia plantio de soja mesmo sem chuva

A contemplação dos céus encorajou o início do plantio mesmo com esse índice sendo bem abaixo do que o mínimo necessário


Os únicos 10 milímetros (mm) de chuva da última segunda-feira em Sapezal (MT) foram nas propriedades do Blairo Maggi, maior produtor individual do mundo. A contemplação dos céus encorajou o início do plantio nas fazendas mesmo com esse índice sendo bem abaixo do que o mínimo necessário para o cultivo - cerca de 50 mm. Já não choveu nas propriedades de outros grandes grupos produtores, como o Schefer e de Eraí Maggi, que ainda aguardam precipitações para darem a largada no plantio de soja.

O presidente do Sindicato Rural de Sapezal, José Guarino Fernandes, é quem confirma. "Só ontem, eles plantaram 1 mil hectares; estão colocando todas as máquinas no campo", acrescenta. A assessoria do Grupo André Maggi, cuja divisão agrícola detém dez fazendas em Mato Grosso, das quais duas em Sapezal, informou que a empresa não iria se pronunciar sobre o assunto ontem. Em todo Estado, o Grupo deve cultivar 125 mil hectares de soja, dos quais cerca de 30% com variedades de ciclo precoce.

Mas eles foram os únicos a arriscar até agora, diz Fernandes, motivados pelo receio de perderem o prazo de plantio da safrinha de algodão, em janeiro. "No mesmo período do ano passado, 10% da área total do município, de 380 mil hectares, já estavam plantados", recorda o presidente do Sindicato Rural, que considera possível haver uma redução da área de algodão safrinha por conta desses atrasos no cultivo de soja.

O problema é que o fenômeno climático La Niña traz falta de precipitações que, quando vêem, ocorrem de forma irregular, explica a meteorologista da Somar, Olívia Nunes. "Por isso, é arriscado plantar. Não há garantia de mais chuvas daqui em diante. Aumenta o risco de replantio", completa Olívia.

Já o primo de Blairo Maggi, o também mega-produtor Eraí Maggi, previa colocar semente de soja no solo no dia 10 de setembro para o início da germinação coincidir com o fim do vazio sanitário - dia 15 de setembro - período em que fica proibida a permanência de plantas de soja no campo.

Mas, as chuvas não chegaram e Eraí decidiu postergar a área, diz Edeon Polato, produtor que cultiva em parceria com Eraí. "Vamos esperar mais um pouco", completa Polato que cultiva em torno de 60% da área de soja com variedades precoces. Para esta safra, Eraí deve repetir 150 mil hectares com a oleaginosa.

O atraso no plantio também atingiu o Grupo Scheffer, que também tem propriedade em Sapezal. Segundo Guilherme Scheffer, o cultivo ainda não começou por falta de chuva. "A que ocorreu não foi na nossa fazenda", lamenta. A situação pode até trazer como conseqüência o aumento da área plantada de algodão em detrimento da de soja precoce, caso as chuvas não cheguem em volume suficiente até o final deste mês.

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