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Mato Grosso já tem 14 mil ha de soja transgênica nesta safra


A Delegacia Federal da Agricultura em Mato Grosso (DFA) divulgou nesta terça-feira (18-01) o primeiro balanço do plantio de soja transgênica no Estado, na safra 2004/05. De acordo com o relatório, até o último dia 17 (segunda-feira) a área declarada de plantio de soja geneticamente modificada era de 14.137 hectares, um crescimento de 723% em relação ao total plantado na safra passada (1.716 hectares). O município com a maior área de transgênicos em Mato Grosso, até agora, é Pedra Preta (região Sul), com 5.908 hectares. Rondonópolis, Campo Verde, Tapurah, Tesouro, Campo Novo, Santo Antônio do Leste e Primavera são outros municípios que também estão desenvolvendo a experiência com a soja transgênica em Mato Grosso. As 14.137 hectares de transgênicos declaradas à DFA pertencem a 10 produtores que fizeram o plantio até 31 de dezembro de 2004.

O delegado federal da Agricultura, Paulo Bilego, lembra que os produtores que já plantaram soja transgênica devem fazer o comunicado ao órgão através do Termo de Compromisso, Responsabilidade e Ajustamento de Conduta (Tcrac) no prazo estabelecido pelo governo.

Com a autorização para da soja geneticamente modificada, Paulo Bilego acredita que os produtores vão sair da clandestinidade, podendo produzir grãos para consumo e multiplicar sementes transgênicas no Estado.

“Mas as dúvidas sobre as vantagens e desvantagens da soja transgênica para os produtores de Mato Grosso persistem”, disse ontem o vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária (Famato), Rui Carlos Otoni do Prazo. Segundo ele, do ponto de vista do tratamento químico da planta, há ganho para o produtor. “Mas, é preciso saber se o custo da semente vai compensar o investimento com a transgenia e garantir um saldo para o agricultor”, ponderou ele.

“A Lei dos Transgênicos não é o elixir que parece ser”, disse o secretário de Agricultura do Estado, Otaviano Pivetta, para quem o produtor deve ter muita cautela e analisar as vantagens de se optar pela transgenia. “Por enquanto, a certeza que temos é de que a soja geneticamente modificada vem equacionar o problema das ervas daninhas na planta, com uma fórmula bem mais eficiente. Contudo, não temos ainda uma noção de produtividade e o produtor tem que saber se é mais vantajoso para ele”.

Segundo o agrônomo Luiz Henrique Gonçalves Pires, existem mais de 200 variedades de sementes transgênicas, porém não se sabe qual é a ideal para o produtor obter um índice de produtividade que compense o investimento com atransgenia.

“Só poderemos fazer uma avaliação mais precisa e dizer se a soja transgênica é mais lucrativa daqui a duas ou três safras”, lembrou o produtor Valdir Corrêa da Silva, com 1.300 hectares de soja (convencional) plantadas na safra 2004/05. Ele está atento à evolução do plantio transgênico em Mato Grosso e disse que em breve poderá optar pela soja geneticamente modificada.

“Enquanto não se tem uma comprovação das vantagens dos transgênicos, a ordem é agir com cautela até chegarmos a uma conclusão geral. O produtor tem que ir devagar e não se arriscar muito”, aconselha o vice-presidente da Famato, Rui do Prazo.

Na safra passada, 11 produtores de Mato Grosso fizeram experiência com a soja transgênica nos municípios de Santo Antônio do Leste (650 hectares), General Carneiro (400 hectares), Primavera (165 hectares) Água Boa (186 hectares), Alto (145 hectares), Campo Verde (100 hectares) e, Alto Araguai, 35 hectares.

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