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Mato Grosso registra menor volume de animais confinados e venda antecipada garante renda

O travamento das vendas de bovinos confinados antecipadamente garantiu aos pecuaristas a driblarem o menor número de animais em cocho


O travamento das vendas de bovinos confinados antecipadamente garantiu aos pecuaristas de Mato Grosso a driblarem o menor número de animais terminados no cocho nos últimos seis anos. Em 2016, os pecuaristas confinaram 615.895 mil cabeças de gado, o volume é 8% inferior os 669,8 mil animais do ano passado. Dos 182 pecuaristas que realizaram praticaram o confinamento 42,7% para garantir receita optaram pelas vendas a termo e na BM&F.

O volume enviado de animais para o cocho é o menor desde 2010, quando os pecuaristas mato-grossenses confinaram 592,83 mil animais. Segundo o terceiro levantamento de confinamento de 2016, realizado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o alto custo de produção, principalmente com a alimentação, levou muitos pecuaristas a desistirem de confinar neste ano. Mato Grosso possui hoje uma capacidade estática para confinar 987,87 milhões de cabeças de gado. Em abril a projeção era confinar 755,49 mil animais.

A volatilidade dos preços pagos pela arroba do boi é um dos problemas que vem atingindo a atividade em Mato Grosso, além do alto custo de produção. Diante tal situação os confinadores mato-grossenses intensificaram a busca por maneiras de comercialização que as incertezas com os preços não afetassem seus negócios.

O levantamento do Imea revela que o número de animais confinados negociados antecipadamente foi o maior do Estado em 2016 compondo 42,74% das negociações. 

“O ano teve variações consideráveis nas intenções de confinamento, e o produtor teve que avaliar os custos, os preços do boi gordo e as outras perspectivas do mercado, e escolher a melhor forma de vender seu produto. Quem observou o mercado, teve bons resultados”, pontua o superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Francisco Manzi.

Segundo o estudo do Imea, em maio o preço de balcão (spot) da arroba chegava a R$ 134,00, enquanto as vendas a termo e BM&F chegavam a R$ 150,00/@, ou seja, 12% de crescimento aproximadamente. 

O gerente de projetos da Acrimat, Fábio da Silva, salienta que “Procurar se prevenir das oscilações de preço deve ser uma meta diária da pecuária e quando se encontram resultados como os apresentados no relatório, deve-se parabenizar o profissionalismo que os pecuaristas vêm demonstrado com o confinamento”.

Milho cai e arroba também

A matéria-prima para a ração animal foi a principal vilã do confinamento em 2016, mais precisamente o milho. Porém, ao se comparar com maio o cereal apresentou um recuo de 20,9%, mesmo continuando a encarecer as diárias para quem confina. 

Ao menos tempo em que o pecuarista viu a "queda" dos preços de milho e farelo de soja, ele também viu durante o confinamento retração da cotação do Boi Gordo. Em maio/16 a BM&F/Bovespa registrava R$ 167,42/@ e em outubro/16 esse foi de R$ 151,27/@, o que manteve a queda nas intenções, regida pelo planejamento de compra e venda.

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