A modernização da frota de máquinas e implementos agrícolas evitou o desperdício de cerca de 18 milhões de toneladas de grãos nos últimos quatro anos, o equivalente a 5% da produção anual brasileira no período, informa a última edição da Revista de Política Agrícola, editada pela Secretaria de Política Agrícola (SPA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
De 2000 a 2002, o país renovou em 18,7% o parque de tratores de rodas e em 26,4% o de colheitadeiras, segundo a publicação, já disponível no site do ministério (www.agricultura.gov.br, no link Política Agrícola).
No artigo O Moderfrota e a Política de Modernização da Agricultura Brasileira, o técnico do Mapa João Antônio Salomão analisa o crescimento do setor de máquinas e sua importância para a agricultura brasileira. “Um dos grandes pilares da pujança do setor é, sem dúvida, a crescente mecanização, com a renovação da frota agrícola”, afirma o autor. “A modernização das máquinas agilizou o plantio e a colheita e diminuiu a perda de grãos, o que poderia comprometer em até 5% a produção.”
Salomão atribui a renovação da frota aos constantes crescimentos da safra. O expressivo incremento da produção e vendas internas de máquinas e equipamentos foi alavancado pelos aumentos das colheitas de grãos, da renda do produtor e das exportações, constata o técnico do Mapa. A partir de 2000, acrescenta, a expansão das vendas também foi incentivada pelo Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas, Implementos Associados e Colheitadeiras (Moderfrota), criado pelo Mapa.
Executado com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e com juros fixos de 8,75% e 10,75% ao ano, à época, o Moderfrota impulsionou o setor. De 1999 a 2002, a venda de máquinas agrícolas cresceu 87,56%, a de tratores de rodas, 94,77% e a de colheitadeiras, 94,16%. No mesmo período, a produção de máquinas aumentou em 84,30%, a de tratores de rodas, em 92,97% e a de colheitadeiras, em 82,21%.
A última edição da Revista de Política Agrícola publica ainda outros artigos de especialistas em agropecuária (economistas, agrônomos, pesquisadores etc). Entre eles, a Influência da Taxa de Câmbio na Variação da Área de Soja e Renda do Produtor, de Antonio Carlos Roessing, Jean Paulo Pazinato e Maíra Roessing; e A Difícil Fase das Negociações Internas entre os Setores Agroindustriais no Âmbito da Oferta Tarifária da Alca, de Mauro de Rezende Lopes e Bruno de Souza Pinho.