CI

Melhora nas cotações de trigo

Mercado externo esteve pressionado pela situação de seca na Austrália


As cotações do trigo continuaram melhorando durante a semana, após terem atingido o mais baixo valor, desde maio, no dia 03/09. O fechamento desta quinta-feira (12/09), após o relatório de oferta e demanda do USDA, ficou em US$ 4,85/bushel, contra US$ 4,64 uma semana antes.

O relatório de oferta e demanda do USDA, divulgado neste dia 12, apontou para o trigo os seguintes números para a safra 2019/20:

1)    Manteve a produção dos EUA em 53,9 milhões de toneladas e os estoques finais em 27,6 milhões (estoques dentro do esperado pelo mercado);
2)    O preço médio ao produtor dos EUA ficou estimado em US$ 4,80/bushel, contra US$ 5,16 no ano anterior;
3)    A produção mundial de trigo recuou 2,5 milhões de toneladas em relação a agosto, ficando agora estimada em 765,5 milhões de toneladas;
4)    Os estoques finais mundiais em 286,5 milhões de toneladas, ganhando quase um milhão de toneladas sobre agosto (o mercado esperava um pouco menos, algo em torno de 285,5 milhões de toneladas);
5)    A produção da Austrália foi reduzida para 19 milhões de toneladas, enquanto a da Argentina foi mantida em 20,5 milhões e a do Canadá em 33,3 milhões;
6)    A produção do Brasil continua estimada em 5,3 milhões de toneladas e nossas importações seriam de 7,5 milhões.

Dito isso, o mercado externo esteve pressionado pela situação de seca na Austrália, fato que levou os operadores em Chicago a comprarem posições, elevando as cotações. De fato, o Departamento de Agricultura da Austrália projeta uma safra de trigo local em 19,2 milhões de toneladas, ou seja, abaixo das 21,9 milhões inicialmente previstas e 22% abaixo da média histórica do país.

Ao mesmo tempo, as vendas líquidas de trigo por parte dos EUA, referentes ao ano comercial 2019/20, iniciado em 1º de junho, atingiram a 312.100 toneladas na semana encerrada em 29/08. Isso representa um recuo de 43% sobre a média das quatro semanas anteriores, fato que impediu uma valorização maior do trigo local.

No Mercosul, a tonelada FOB de trigo para exportação fechou a semana, na compra, valendo entre US$ 210,00 e US$ 220,00, enquanto a safra nova argentina ficou em US$ 170,00.

E no Brasil, os preços ainda se mantêm relativamente estáveis, embora com pressão baixista pela entrada da safra do Paraná e, nesta semana, pela melhora na paridade de importação do produto argentino. Neste último caso, devido a revalorização do Real, enquanto o peso argentino permanece muito fraco. Assim, as compras externas ficaram mais baratas para os moinhos brasileiros.

Desta forma, a média gaúcha no balcão registrou R$ 41,50/saco, enquanto os lotes ficaram em R$ 46,80/saco. Estes valores se mantêm, pois no Rio Grande do Sul a nova colheita se inicia apenas em fins de outubro e particularmente em novembro. No Paraná, o balcão ficou entre R$ 44,00 e R$ 47,00/saco, enquanto os lotes registram valores entre R$ 51,00 e R$ 52,00/saco. Há um recuo nos mesmos, apesar da quebra da safra local. E, em Santa Catarina, o balcão oscila entre R$ 41,00 e R$ 45,00/saco, enquanto os lotes, na região de Campos Novos, ficam em R$ 48,90/saco.

Quanto a qualidade das lavouras, no Rio Grande do Sul, segundo a Emater, as mesmas chegavam, no final da semana anterior, a 32% em fase de floração e 9% em fase de enchimento de grãos, se apresentando normais para o período. Por enquanto, as perdas com as geadas tendem a ser pequenas, embora o clima quente e úmido destes últimos dias comece a preocupar. Já no Paraná, conforme o Deral, a colheita chegava a 28% da área, estando bem avançada em relação ao ano anterior. Todavia, a cada semana que passa a qualidade das mesmas diminui, indicando perdas importantes devido às geadas. Neste sentido, até meados desta semana, 14% das mesmas encontravam-se em condições ruins, 37% regulares e 49% entre boas a excelentes. Na semana anterior, esta última categoria registrava 51%.

Apesar disso, a pressão da colheita existe, somada a melhoria das condições de importação. Este fato reduz paulatinamente os preços médios neste momento, embora haja pouco trigo disponível na Argentina e sua colheita se dará apenas a partir de dezembro.

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.