Melhoramento de plantas impulsiona sustentabilidade

Uma habilidade pouco conhecida de algumas plantas é acumular grandes quantidades de metais do solo, de acordo com a ABC-Austrália. O níquel é o metal que mais tende a se acumular e apresenta um potencial inexplorado (sem o impacto da mineração tradicional) para a produção de baterias de lítio, aço inoxidável, entre outros. Além disso, essas plantas podem limpar antigos locais de mineração ou acumular minerais como ferro, selênio ou zinco para melhorar a nutrição em países em desenvolvimento. 

Quando o cientista Alan Baker cortou a lateral de uma planta exótica na selva das Filipinas, a seiva que sangrou tinha um brilho verde-jade. O arbusto era uma espécie recém-descoberta, que logo seria conhecida como Phyllanthus Balgooyi , uma das raras variedades de plantas que sugam naturalmente grandes quantidades de elementos metálicos do solo. 

A seiva fluorescente era de nove por cento de níquel. Foi uma descoberta bem-vinda, mas não uma surpresa, pois a pesquisa do professor Baker sobre os chamados "hiperacumuladores" já havia descoberto espécies que pareciam prosperar em tudo, desde cobalto a zinco e até mesmo ouro. "Essas são plantas que podem absorver elementos do solo [em taxas] ordens de magnitude maiores do que as plantas normais", diz o professor Baker. 

Os cientistas estão agora em uma missão para descobrir se o cultivo dessas plantas pode fornecer uma alternativa ambientalmente destrutiva à mineração, ao mesmo tempo que ajuda a reabilitar antigos locais de mineração. O especialista em plantas da Universidade de Queensland, Dr. Antony van der Ent, chama isso de 'agrominação', mas também é conhecido pelo termo 'fitominação'. Em seu laboratório de análises químicas no subúrbio de Brisbane, ele está testando talvez o hiperacumulador mais conhecido de todos: a árvore da macadâmia. Suas folhas e seiva, mas não a noz, são ricas em manganês.