CI

Mercado de grãos comemora alta do Dólar


Se por um lado à variação da moeda americana tira o sono de parte dos empresários que importam matéria-prima e exportam o produto acabado, a alta do Dólar aquece o mercado de grãos brasileiro. Quem garante que o momento é propício para a agricultura é o produtor de soja Manoel Henrique Pereira. Mas, como é o Dólar quem dita o preço dos insumos nem todo agricultor está com a fortuna garantida. “Quem previu a alta do Dólar e comprou fertilizantes e defensivos agrícolas antes dos sucessivos aumentos da moeda desfruta de uma situação confortável”, comemora o produtor que esperou quase 20 anos para dizer que “os preços futuros no mundo de grãos prometem”.

Bastante otimista com relação ao mercado agrícola, Manoel lembra de situações anteriores que colocaram o “mundo de grãos” (como prefere chamar a agricultura) em xeque. “Já sobrevivemos a situações passadas quando o Dólar subiu e o mercado comprador não era bom”, fala. “A agricultura sempre foi ponto penalizado em todos os pacotes políticos e econômicos”, complementa. Manoel lamenta, nesse momento, que os pecuaristas e os hortigranjeiros estejam vivendo “fora da realidade”, diz. “Eles são verdadeiros heróis abnegados e, hoje, não têm a mesma oportunidade que o mercado de grãos está tendo”, dispara.

Por outro lado, Manoel comemora a boa fase para os produtores de trigo. “Há 15 anos se deixou de se incentivar o plantio de trigo no país”, recorda. Com a crise da Argentina, aquele país, deixou de plantar cerca de um milhão de hectares com o cereal. Aliado a alta do Dólar, a redução acabou impulsionando a cotação do produto e elevando a tonelada para US$ 170. Manoel que trabalha em sistema de cooperativa acredita que, dessa vez, a agricultura conseguiu o mercado internacional.

Como nem todos os setores econômicos podem desfrutar do bom momento do Dólar a turbulência está levando as empresas a novos caminhos. Jorge Luis Grande, diretor comercial da Masisa do Brasil, conta que a gigante na tentativa de absorver o impacto da moeda americana está buscando eficiência interna para se tornar mais competitivo e manter os preços no mercado.

“Vamos tentar através de melhoria de eficiência de produção contornar esta situação”, explica. Segundo o diretor, a empresa, pelo menos, em território nacional está operando normalmente embora o Dólar pressione os custos dos insumos e da matéria prima. A intenção da empresa, num segundo momento, é repassar o que não for absorvido para os compradores. “O que pretendemos é ganhar em produtividade para manter os níveis de venda da produção”, finaliza.

Câmbio

Enquanto no último dia de janeiro o Dólar comercial para venda estava cotado a R$ 2,41, em 28 de fevereiro, a moeda havia recuado para R$ 2,34. Em meio aos altos e baixos, o Dólar ao meio dia de ontem, passou da casa dos R$ 3 fechando as bolsas de valores.

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.