De acordo com projeções do Instituto de Economia Agrícola de Santa Catarina, realizadas a pedido da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Consumidora de Carne Suína(Abipecs), a produção brasileira de carne suína deve atingir 2,8 milhões de toneladas esse ano.
Esse crescimento, maior que o previsto, representa uma alta de 27% em relação as 2,2 milhões de toneladas produzidas em 2001.
Pelo levantamento das matrizes alojadas no país, verificou-se que a região Sul responde por 60% desse total. A produção de suínos teve um aumento de 10% em Santa Catarina, 18% no Rio Grande do Sul e 23% no Paraná. Para o presidente da Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ACCS), José Adão Braun, essa expressiva alta é resultado do bom momento vivido pelo setor em 2001, quando houve abundância de milho no mercado a baixo preço e perspectiva de maior exportação.
"Apesar do otimismo, as perspectivas otimistas não se confirmaram, já que a Europa se recusou a abrir seu mercado, Argentina e Hong Kong
reduziram suas compras e a agroindústria assistiu a uma forte queda de preços no mundo", destacou Braun. Acrescentou que para piorar a situação, a oferta de milho caiu drasticamente. O presidente da ABCS disse que uma das medidas que estão sendo tomadas pelos criadores de suínos é a antecipação dos abates, com o descarte das matrizes antigas. "Estamos prevendo uma queda na produção para o próximo ano, que pode chegar a 10%", completou.
As agroindústrias e supermercados se comprometeram a reduzir margens e
levar a campanha de consumo de carne suína, que acontece hoje na região Sul, para todo o Brasil. O Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (Mapa) estuda a possibilidade de beneficiar os produtores, com um crédito de R$ 200,00 por matriz instalada, além de propor aos
Estados que reduzam o ICMS da carne suína.