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Mercado do carbono está ao alcance dos produtores rurais

Os resíduos de criações animais podem render dividendos aos produtores rurais


Os resíduos de criações animais - de suínos, bovinos confinados e de frangos - podem render dividendos aos produtores rurais. Além de contribuir com a questão ambiental, se tratados, dejetos de animais podem amortizar os custos da propriedade através da comercialização de créditos de carbono ou da geração própria de energia elétrica a partir do gás metano. O mercado dos créditos de carbono foi criado a partir da regulamentação do Protocolo de Kyoto e, apesar da não adesão dos Estados Unidos, há muito potencial para crescimento.

Atualmente, a cotação do crédito varia de US$ 15 a US$ 20 por tonelada equivalente a não liberação de gás carbônico. No entanto, a estimativa é que esse valor chegue a US$ 100 entre 2008 e 2012. A partir do tratamento dos resíduos animais, há a geração do biogás, que é composto por 50% a 70% de gás metano. O gás metano tem um efeito poluidor 21 vezes maior do que o gás carbônico e os créditos podem ser convertidos a partir da não emissão do metano na atmosfera. A conversão do metano em gás carbônico é feita com a queima.

Esse processo não evita a poluição, apenas minimiza e não é a solução final para o problema, salienta Airton Kunz, pesquisador da Embrapa Suínos e Aves na área de avaliação de impactos ambientais. Ele acrescenta que o biogás é semelhante ao gás natural (que é composto por mais de 90% de metano), mas o gás gerado tem maior concentração de impurezas, como amônia e gás de enxofre. Esses dois resíduos também devem ser tratados a partir de consórcios formados com outras culturas e respeitando a capacidade de absorção desses elementos pelo solo.

No Brasil, o setor que mais tem aproveitado e avançado o mercado do carbono é o sucroalcooleiro, que tem usado como combustível o bagaço da cana-de-açúcar para suas caldeiras. Desta forma, o segmento evita a utilização de combustíveis fósseis, que são finitos.

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