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Mercado ganha produtos com trigo enriquecido


O grupo cearense J. Macêdo Alimentos Nordeste, antecipando-se às exigências do Ministério da Saúde, está lançando no mercado produtos enriquecidos de trigo para panificação e que serão comercializados em todo o País. São a pré-mistura Benta Mix e a farinha de trigo Soberana, ambos para uso industrial. As duas linhas, que exigiram investimentos de R$ 1 milhão apenas em maquinário, serão produzidas no moinho da empresa localizado em Salvador (BA) e que será o primeiro do Estado a industrializar pré-misturas e farinha enriquecidos. Na Bahia, está o maior parque industrial da J. Macêdo, que não revela os aporte no desenvolvimento dos novos produtos.

Quanto às novas determinações, o ministério fixou em lei um prazo até julho de 2004 para que toda a farinha de trigo produzida no Brasil seja enriquecida com ácido fólico (vitamina B9) e ferro, na proporção de 30% da necessidade de ingestão destas substâncias por um ser humano. O objetivo é combater a desnutrição, tornando mais ricos alimentos de consumo popular como pães e massas.

O diretor institucional da empresa, Ricardo Ferraz, ressalta que a J. Macêdo, não apenas se antecipou, mas foi além das exigências legais, ao passar a fabricar produtos que não levam na composição somente os nutrientes exigidos, mas também as vitaminas B1 (tiamina), B2 (roboflavina), B6 (piridoxina) e PP (nicotinamida). ´A forma de utilização destes insumos é a mesma das linhas tradicionais, não havendo mudanças no modo de preparo das receitas que a utilizem´, frisa o diretor.

Ele não adianta qual é a produção atual das novas linhas, limitando-se a dizer que a fabricação está ajustada à demanda. Afirma ainda que o volume, sempre acompanhando a demanda, será progressivamente ampliado até atingir os 100% no prazo determinado pelo ministério. Ferraz também prefere não analisar os novos produtos a partir dos diferenciais competitivos em relação aos concorrentes. Mesmo assim, avalia que ´se espera uma grande aceitação por parte dos nossos consumidores´. Para ele, o principal ganho da empresa é do ponto de vista da responsabilidade social. ´Estamos dando nossa parcela de contribuição para o combate à desnutrição´, sustenta.

A empresa, por sinal, aderiu ontem ao Projeto +Pão, do Governo da Bahia, e que visa incentivar as empresas de panificação a adotarem farinhas e pré-misturas enriquecidas. O compromisso da J. Macêdo é o de fornecer para os clientes seus novos produtos pelo preço das linhas tradicionais. ´Estamos absorvendo totalmente os custos destes itens que, além de possuirem maior valor agregado, exigiram aportes em pesquisa e equipamentos´, defende Ferraz.

Criado na década de 30, o grupo, que fatura R$ 1 bilhão/ano e tem sede em Fortaleza (CE), conta com sete moinhos distribuídos na Bahia, Ceará, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Alagoas. Na Bahia, onde a empresa está presente desde 1968, também estão instaladas unidades de mistura para bolo, de massas e de biscoitos. O moinho baiano produz 30 mil toneladas/mês - vendidas no mercado local e também nos Estados de Minas Gerais, Sergipe, Alagoas e Tocantins - gera mil empregos e recolheu nos últimos 10 anos, apenas em Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), US$ 140 milhões. Ao todo, o grupo mói anualmente 1 milhão de toneladas de trigo, 11,1% de todo o volume moído no Brasil, de nove milhões de toneladas anuais.

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