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Mercado indica preços do milho até 27% menores em julho para Lucas R.V.

Clima orienta negociações do cereal


Clima orienta negociações do cereal 

A aproximação da colheita da safra 12/13 de milho, somada à redução ou quase inexistência de milho da safra 11/12, têm ditado o ritmo dos negócios no mercado físico mato-grossense. Com preços pouco atrativos e que acumulam desvalorização desde a segunda quinzena de fevereiro em algumas das principais cidades produtoras do cereal, o agricultor decidiu segurar sua produção à espera de valores mais atrativos.


A venda da safra do cereal registra atraso de 24,5 pontos percentuais até abril de 2013, na comparação com abril de 2012. Em termos numéricos, foram negociados 22,3% das 14,6 milhões de toneladas da safrinha estimadas para esta temporada, enquanto no mesmo intervalo do ano anterior chegava a 46,8%. Mas para os analistas de mercado, a tendência é que os preços continuem registrando uma trajetória decrescente nos preços.

“Já sabendo da esperada queda de preços no futuro [o produtor] tentou vender no mercado físico, mas não encontrou compradores que também estão à espera de quedas ou que não têm espaço para armazenar esta produção”, destacou Bruna Lopes, analista de mercado do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).

Indicações de julho para a praça de Lucas do Rio Verde, a 360 km de Cuiabá, indicam a saca de milho – 60 kg – a um valor de R$ 11, traduzindo uma queda de 27% em relação a maio, pontua o Imea. Para os especialistas, puxam para baixo o preço do produto uma possível super oferta do milho proporcionada pela soma das produções registradas no Brasil, Argentina e Estados Unidos.


“A boa safra estimada para Mato Grosso, somada à produção do Sul do país, Estados Unidos e Argentina aumenta e torna mais acirrada a oferta [do cereal]”, acrescentou ainda a analista Bruna Lopes.

Relatório semanal do Instituto mostrou ainda que em relação ao mês de fevereiro, quando ocorreu pico de preços em Lucas do Rio Verde, o valor previsto para a saca do cereal em julho equivale a um decréscimo esperado de 40%.

Mercado do clima

Como definem os analistas, o clima também tem ditado o comportamento do mercado do cereal. “Por serem influenciados pelo mercado externo, os preços da saca de milho em Mato Grosso refletem, em parte, a situação corrente no exterior, principalmente nos Estados Unidos, por serem determinadores de preço e maior exportador do cereal”, destacam os analistas do Imea no relatório semanal da instituição.

No país norte-americano o cultivo do cereal chegou a 12% dos 39 milhões de hectares, conforme demonstrou o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA na sigla em inglês). O atraso vem sendo provocado pelas condições climáticas no país, cenário que já impactou nos preços do cereal.

“Houve uma alta nos preços em Chicago e afetaram os preços de Mato Grosso, que registrou uma estabilidade ou mesmo alta em função dos acontecimentos climáticos nos Estados Unidos”, frisa ainda Ângelo Ozelame, também analista do Imea.

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