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Meta é estimular permanência no campo/CE


Os produtores dos perímetros irrigados têm expectativa de melhoria da renda familiar a partir da orientação técnica. No campo, o clima é de otimismo. O produtor de goiaba, Raimundo Vitorino, sofreu prejuízos há dois anos com ataque de praga no plantio da cultura.

“Na época, não tínhamos assistência técnica”, lamentou. “Não dá para produzir frutas sem orientação”. Já o agricultor José Francisco de Souza (conhecido como Zé Tomé) produz goiaba por iniciativa própria. É um dos pioneiros no Perímetro de Icó – Lima Campos. “Sozinho, a gente apanha muito e acaba tendo prejuízo por falta de conhecimento. Espero que esse trabalho de assistência seja para valer”.

A produção de variedades frutíferas diferem das culturas tradicionais de subsistência, como arroz, milho e feijão, pois exigem tecnologia de manejo, cultivo, espaçamento, aplicação de inseticidas, podas e adubação. O produtor de goiaba, Antônio Pereira, está conseguindo bons resultados, mas espera melhorar a partir da assistência técnica. “É a nossa necessidade a presença de técnicos aqui no Perímetro”, disse. Um outro produtor de frutas, Daniel de Oliveira, que está começando nesse setor, espera que haja melhoria na área cultivada a partir das orientações. “Praticamente enfrentamos sozinhos a produção de goiaba, mas agora estão falando que a assistência vai melhorar e espero que aconteça isso mesmo”.

Fixação no campo

O funcionário do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), Erivan Anastácio, confirma o clima de otimismo entre os produtores. “Um novo modelo de assistência técnica e de extensão rural com foco na família dos colonos era o que estava faltando”, disse. “Muitos jovens, filhos de agricultores, em face das dificuldades dos pais, desistem da atividade agrícola e ficam subempregados”. Segundo Erivan Anastácio, é preciso incentivar os jovens porque 80% dos agricultores no Perímetro estão aposentados. Com isso, existe o risco das culturas ficarem abandonadas por falta de gente para dar continuidade ao trabalho.“É preciso incentivar os jovens, que hoje em dia preferem emprego de mototaxista, ser funcionário da Prefeitura ou vão embora para São Paulo”, relata.

A falta de continuidade por parte dos filhos, cuja maioria desiste de trabalhar na agricultura e parte para os centros urbanos, preocupa os dirigentes da Associação do Distrito de Irrigação Icó – Lima Campos (Adicol). Se persistir o quadro atual, o futuro do perímetro irrigado poderá ser de esvaziamento. “Infelizmente é um quadro generalizado”, observa Anastácio. “Esperamos que a partir do trabalho com assistência social, esse quadro sofra modificação”.

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