Meteorologista pede cautela na semeadura 20/21

“Convém retardar ao máximo o plantio, porque garantidamente de janeiro a março teremos chuvas”. Essa é a opinião do meteorologista, professor e pesquisador da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Luiz Carlos Molion, um dos mais conceituados no país. Ele projetou como ficará o clima para a próxima safra e para os próximos dez anos em uma live da Cooperativa dos Produtores Rurais da Bahia (Cooperfarms).

O alerta é para os produtores do Oeste da Bahia. Nos últimos 180 dias o acumulado de chuvas na região foi acima da média, com excesso de 15% mas a partir de maio os volumes foram muito baixos. “Embora tivesse chovido antes, não se animem porque nos últimos três meses foi bem abaixo.Não fiquem ansiosos para plantar logo”, destacou Molion.

O especialista afirmou que 2020/2021 terá ciclo semelhante aos anos 2004/2005, indicando uma redução no volume de chuva de outubro a dezembro, com previsão de normalidade a partir do dia 20 de novembro. Segundo ele, a virada deve ocorrer entre os meses de janeiro a março, com previsão de acréscimo de até 40% no volume de chuva, o que representa cerca de 300 mm a 400 mm, além do normal. Por similaridade aos anos de 1997 - 2005, as chuvas deverão ficar acima da média em 2020, cerca de 20% e um pouco abaixo da média, cerca de -10% em 2021.

Para a década Molion explica que o sol seguirá em seu período de baixa atividade até 2032 o que indica que o Oeste da Bahia não terá nenhuma situação climática crítica. “Os números de dias com chuvas serão menores, com frequência maior de tempestades entre janeiro e março, veranicos em fevereiro, além de invernos mais secos e com amplitude térmica diária maior”, detalhou.