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Método calcula custo de desenvolvimento de forrageiras

Foram avaliadas 16 cultivares



Pesquisadores da Embrapa Gado de Corte (MS) desenvolveram um método que calcula o quanto uma cultivar de forrageira custa para ser desenvolvida. Iniciado em 2014, o trabalho foi coordenado pelo analista Edson Espindola Cardoso e contou com os pesquisadores Fernando Paim Costa e Mariana de Aragão Pereira, todos da Embrapa. Eles avaliaram 16 cultivares.

De todas as cultivares de brachiaria a Ipyporã foi a que apresentou maior custo. Trata-se de uma variedade com elevado grau de resistência à cigarrinha da cana e aos principais insetos-praga de pastagens de braquiária no Brasil, lançada em 2017, fechando o custo em R$ 11,016. Das variedades Panicum a mais cara foi a Quênia, ao custo de R$ 15,873, que apresenta arquitetura de planta que resulta em altos níveis de ganho de peso por animal e proporciona facilidade de manejo, por manter baixo alongamento dos colmos, característica que a diferencia entre todas as cultivares comerciais de porte médio a alto e a mais cara das plantas do gênero Stylosanthes foi a Estilosantes Bela-1, com R$ 8,686. 

 As gramíneas e leguminosas forrageiras têm importância especial à pecuária de corte. De acordo com os participantes do trabalho, o aumento de oferta de carne na mesa do brasileiro nos últimos 30 anos deve-se, em grande parte, ao desenvolvimento de pastagens de maior valor proteico, das quais o gado se alimenta. As sementes de forrageiras geradas no Brasil também são produto de exportação, aumentando a importância dos investimentos em sua pesquisa e desenvolvimento.

“Os custos obtidos na nova metodologia permitem conhecer com mais profundidade os retornos dos investimentos na pesquisa e subsidiam os tomadores de decisão a alocar com mais eficiência os recursos utilizados no desenvolvimento”, acredita Cardoso, frisando ser possível agora calcular parâmetros econômicos sólidos. Ele ressalta também o ineditismo do trabalho: “Por não haver metodologia específica, criamos um modelo para calcularmos o custo de cada forrageira e quanto o governo dispendeu de recursos para sua conclusão”, conta.

A metodologia criada

Para os cálculos, a equipe considerou os custos diretos e indiretos desde o início das pesquisas até o lançamento da tecnologia. Foram considerados valores de projetos de pesquisa; plantas que não foram selecionadas; manutenção do banco de germoplasma; manutenção de setores da Unidade; despesas com trabalhadores envolvidos, como pesquisadores e pessoal de apoio, proporcionais ao tempo de dedicação; despesas com material de consumo; serviços de terceiros e investimentos; custo de depreciação de imóveis e equipamentos.

Todos os valores foram corrigidos pelo Índice Geral de Preços (IGP) da Fundação Getúlio Vargas. “Algo que ajudou muito na elaboração de cálculos foi uma normativa baixada pela Embrapa criando uma tabela de custo de mão de obra dos trabalhadores da Empresa, o que nos deu uma boa base”, conta Cardoso. Da tabela à qual ele se refere constam os custos de mão de obra de trabalhadores por categoria profissional com valores médios por mês, semana, dia e hora.

Os materiais estudados e que serviram de base para as análises foram uma coleção de 450 acessos Brachiaria, outra de 426 acessos de Panicum maximum e uma terceira coleção de 650 acessos do gênero Stylosanthes. Para ter uma visão geral dos trabalhos, Cardoso precisou entrevistar líderes dos projetos e vários outros pesquisadores envolvidos, como os das áreas de entomologia, solos, fitopatologia, nutrição, produção de sementes e socioeconomia. “Com base nas entrevistas, identificamos o número de acessos ou germoplasmas de cada gênero forrageiro - Brachiaria, Panicum e Stylosanthes - recebido pela Embrapa Gado de Corte a partir de 1982, que passaram a compor o patrimônio genético da instituição.”

** Com informações da Embrapa

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