Milheto é apontado como excelente opção na nutrição animal

O milheto, além da comprovada eficiência na cobertura de solos especialmente nos arenosos para o plantio direto, é apontado por pesquisadores como excelente opção na nutrição animal tanto de bovinos, como de suínos e aves. De acordo com o pesquisador Flávio Lazzari, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), a forrageira tem um índice de proteínas até 50% superior ao do milho. Quando a comparação é feita com o sorgo, o milheto é ainda mais eficiente, garante o pesquisador. “O milheto se sobressai também na quantidade de óleo e não tem tanino, que causa efeitos antinutricionais em aves e suínos”. Lazari estima que pelo potencial de uso do grão, “em poucos anos o milheto deve se tornar a terceira cultura no cerrado brasileiro, perdendo em área somente para a soja e o milho”. O pesquisador aposta na adoção do grão também para a alimentação humana, como ocorre nos países africanos, situados ao sul do deserto do Saara, onde o milheto é a cultura mais importante. “Sua farinha pode entrar na elaboração de pães e biscoitos”, informa. A planta veio, provavelmente, do oeste da África e foi levada para o leste africano e Índia, considerados centros de dispersão do milheto. As variedades existentes no mercado, entretanto, estavam definhadas devido a falta de renovação genética. Uma parceria privada - entre a Sementes Adriana e o pesquisador melhorista Luiz Bonamigo, permitiu a pesquisa para o desenvolvimento de duas novas variedades, ADR-300 e ADR-500 batizadas de Supermassa, lançadas no início de abril, em Alto do Garças/MT. As vantagens nutricionais agregadas ao baixo custo de produção do milheto, segundo Flávio Lazzari, têm despertado a atenção dos fabricantes de rações para aves e suínos. O uso desse produto já ocorre nas regiões de Rio Verde (GO) e Videira (SC). No preparo da ração para suínos, devido ao processo de digestibilidade desses animais, os grãos de milheto precisam ser moídos. “O milheto pode substituir até 85% do milho em rações para frangos de corte e poedeiras. Nas rações de suínos a inclusão pode ser de até 70%", informa.