Milho: Compradores em ‘queda de braço’ com vendedores
Volume comercializado é pequeno e as atenções estão voltadas para o clima e para o Dólar
Na visão do analista Luiz Fernando Pacheco, da T&F Consultoria Agroeconômica, o mercado do milho no Brasil vive um momento de “preços firmes, mas negócios pontuais, travado pelas duas pontas”. “O volume comercializado é pequeno e as atenções estão voltadas para o clima e para o Dólar. Nesta quarta-feira (09.05) os produtores seguiram, em sua maioria, retraídos à espera de preços mais remuneradores”, explica.
“O comprador não quer comprar porque os preços estão altos demais e também porque, se ficar fora, poderá forçar os vendedores a cederem. Por seu lado, os vendedores estão parados porque querem ultrapassar a barreira dos R$ 40,00/saca FOB, o que é difícil, porque, com este nível, os custos das fábricas de ração não fecham”, argumenta o especialista.
De acordo com ele, intermediários e silos adotam a postura de “escutar pedidas” e quando realizam pedidas miram a casa dos R$ 43,00/sc: “Compradores indicam um interesse maior em negociar do que demonstravam na semana passada. As consultas, inclusive, são crescentes e as expectativas são que saiam alguns volumes até sexta (11.05), visto que os estoques estimados na segunda estavam entre 1-2 semanas”.
Os elevados níveis do milho dentro do estado e a dificuldade em encontrar milho também estimulam a busca por lotes de tributado. Embora as ofertas ainda sejam tímidas, as indicações de cargas com origem em GO, MT e MS estão entre R$ 42,00/sc e R$ 43,00/sc (CIF Campinas-SP e ICMS Incluso).
Os índices do Cepea registraram nova alta nesta quarta-feira: 1,30% na B3 e 0,46% em Campinas. Alguns negócios no mercado físico em R$ 42,00/sc CIF, com valorização de R$ 0,10/sc no dia. Destacamos que os negócios ainda são pontuais, de modo que a comprovação destes níveis ainda é baixa (mercado se guia pelo interesse).
