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Milho: nova safra corre risco de não ter local para ser armazenada

A realidade são armazéns abarrotados de milho e produtores desesperados por não saber o que fazer com seis milhões de toneladas que deve chegar a partir da próxima semana


São dois milhões e quinhentas mil toneladas de milho estocada nos armazéns de Mato Grosso. A previsão da nova safra, que já tem 25% colhido, é de cinco a seis milhões de toneladas, e não terá espaço para ser estocada.

Produtores, empresários e autoridades políticas vem, nos últimos meses, tentando conseguir garantir o direito dos prêmios destinados à produção com apoio do governo federal para subsidiar por meio do Prêmio de Escoamento de Produto (PEP) e o Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (PETRO) o milho da última safra.

De acordo com Neri Geller, existem hoje R$ 480 milhões em recursos para este fim. Mato Grosso precisa de aproximadamente R$ 100 milhões para regular o estoque no Estado.

Porém, até agora não existe ainda um posicionamento definido do governo sobre o prêmio para escoamento da produção no Estado. A insistente solicitação pelo prêmio vem sendo feita à Conab e ao Ministério da Agricultura.

A última visita à Brasília aconteceu na semana passada quando o prefeito de Lucas do Rio Verde, MT, Marino Franz, e o presidente do Sindicato Rural Patronal, Júlio Cimpak, o presidente da Bunge Alimentos, Areni Trvisan e o deputado Federal, Homero Pereira, participaram de audiência com o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, e o presidente da Companhia Nacional de Abastecimento - Conab, Wilson Rossi.

De acordo com o relato do prefeito, apesar de todo o esforço, saíram de lá apenas com a promessa de que seriam sensíveis e ágeis às necessidades do Estado. Mas até agora o produtor e proprietários de armazéns não sabem o que fazer com a produção.

O suplente de deputado federal, Neri Geller, diz que é inadmissível esta situação. “Se o leilão tivesse acontecido há vinte dias o mercado estaria regulado”. E acrescenta, “o governo não está fazendo nenhum favor nem dando benefícios, com o leilão ele estaria equilibrando a economia, pois compra o estoque hoje do produtor e pode vender futuramente por um valor ainda maior”, afirma.

Foi o que aconteceu há três anos quando o governo comprou o milho a R$ 12,00 por saca e vendeu posteriormente a R$ 17,00. “O governo não está dando dinheiro, ele está investindo e regulando o mercado”, reafirma Geller.

A sugestão dos produtores é de um prêmio de R$ 5,00 por saca. O premio deveria ser destinado à produção devido ao desequilíbrio entre o custo e a venda da produção. Os produtores tiveram um custo de R$ 14 por saca de milho e estão vendendo, no máximo, a R$ 11,50.

A proposta inicial do governo com o incentivo dos leilões é de que os produtores receberiam do governo no Sul do Estado um adicional de R$ 2,50, no Médio Norte R$ 3,68 e no Nortão R$ 4,50, por saca, sobre o valor comercializado.

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