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MILHO: preços continuam relativamente estáveis

No Mato Grosso, espera-se um aumento de área plantada, na safra 2021/22, de 6,4%, levando a mesma para 6,22 milhões de hectares


Foto: Marcel Oliveira

As cotações do milho recuaram um pouco nesta primeira semana de outubro em Chicago. O primeiro mês cotado fechou a quinta-feira (07/10) em US$ 5,34/bushel,  contra US$ 5,36 uma semana antes. A média de setembro ficou em US$ 5,18/bushel, com recuo de 6,2% sobre a média de agosto. Assim como a soja, a média do milho teve o quarto recuo consecutivo. Entre maio e setembro o bushel do cereal, em Chicago, recuou 25,7%. Em setembro de 2020 o bushel do milho valia, na média, US$ 3,62.

Dito isso, nos EUA a colheita do milho, até o dia 03/10, atingia a 29% da área total, contra 22% na média histórica. Das lavouras a colher, 59% estavam em condições boas a excelentes, outras 26% se apresentavam regulares e 15% entre ruins a muito ruins. Cerca de 88% das lavouras estavam em fase de maturação.  Já em termos de exportação, na semana encerrada em 30/09, os EUA exportaram 808.814 toneladas de milho, acumulando um total de 2,07 milhões de toneladas no atual ano comercial, contra 3,73 milhões do mesmo período do ano passado.

No Brasil, os preços continuam relativamente estáveis, com a média gaúcha no balcão fechando a primeira semana de outubro em R$ 84,39/saco, enquanto nas demais praças os preços oscilaram entre R$ 72,00 e R$ 91,00/saco. Já o CIF Campinas (SP) fechou a semana em R$ 96,00/saco. Por sua vez, na B3, a abertura do pregão na quinta-feira (07) apontava o contrato novembro a R$ 89,29/saco; janeiro a R$ 89,50; março a R$ 90,55 e maio a R$ 87,50/saco. Todos em recuo em relação a semana anterior.

Dito isso, a iniciativa privada aumenta a estimativa de área semeada para a nova safra de verão, especialmente no Rio Grande do Sul. Nesse Estado espera-se, agora, uma produção de 5,76 milhões de toneladas. Com isso, a produção total de milho de verão no Brasil poderá chegar a 30 milhões de toneladas. Já para 2020/21 houve redução para 16 milhões de toneladas nas exportações nacionais de milho, o que poderá levar os estoques de passagem para 2021/22 a 12,2 milhões de toneladas. Neste contexto, os estoques finais neste novo ano comercial aumentariam para 14,96 milhões de toneladas, o que pressionaria os preços do cereal para baixo. Ainda foi revisto o número final da segunda safra nacional, recentemente colhida, a qual teria ficado em 59,2 milhões de toneladas.

Considerando todas as safras, o Brasil teria produzido, em 2020/21, um total de apenas 86,6 milhões de toneladas do cereal, contra expectativas iniciais que chegaram a bater em 112 milhões. (cf. StoneX) Por outro lado, o plantio da nova safra de milho de verão no país, em 1º de outubro, atingia a 37% da área esperada, a qual deverá atingir a 4,38 milhões de hectares. A média histórica para esta data é de 31% semeado. Este plantio chegava a 72,4% no Rio Grande do Sul; 49,3% em Santa Catarina; 59,6% no Paraná e 2% em São Paulo. Nos demais Estados produtores o mesmo ainda não havia iniciado. (cf. Safras & Mercado)

Especificamente no Mato Grosso, espera-se um aumento de área plantada, na safra 2021/22, de 6,4%, levando a mesma para 6,22 milhões de hectares. A produtividade média aumentaria em 14,5%, chegando a 106,1 sacos/hectare, em clima normal. Assim, o referido Estado produziria 39,6 milhões de toneladas de milho neste novo ano comercial, equivalente a um aumento de 21,5% sobre a parcialmente frustrada safra anterior. (cf. Imea)

Já no Paraná, o plantio da safra de verão de milho chegava a 75% até o dia 04/10, avançando bem naquele final de semana, segundo o Deral, sendo que 23% das lavouras estavam em germinação, com 98% delas em bom estado. A área total no Estado, para o milho de verão, está projetada em 420.128 hectares. Em o clima ajudando, a produção final desta safra será de 4,1 milhões de toneladas. E no Mato Grosso do Sul, os números consolidados da última safrinha de milho indicam uma área semeada de 2,28 milhões de hectares, com aumento de 20,3% sobre o ano anterior. A produtividade média ficou em apenas 47,7 sacos/hectare, perdendo 48,9% sobre a safra passada, devido a seca. Com isso, a produção final atingiu apenas 6,5 milhões de toneladas, contra 10,6 milhões colhidas em 2020/21, ou seja, um recuo de 38,5%. Nestes primeiros dias de outubro, o preço médio local do milho era de R$ 81,75/saco, contra R$ 62,41 um ano antes. Isso representa um aumento de 31% no preço. E até este início de outubro 70,6% da safrinha local já havia
sido comercializada. (cf. Famasul)

Por sua vez, em termos de exportações brasileiras de milho, em setembro o país vendeu 2,86 milhões de toneladas, contra 6,37 milhões exportadas em setembro do ano passado. Assim, a média diária neste ano ficou 55,2% abaixo da média diária de setembro de 2020. Já o preço da tonelada se elevou 15,4%, saindo de US$ 163,00 para US$ 188,10 no período. De janeiro a setembro do corrente ano o Brasil exportou, então, 12,84 milhões de toneladas, ficando perto de 30% abaixo do exportado em igual período do ano passado. (cf. Secex) Se as exportações realmente ficarem em apenas 16 milhões de toneladas neste ano, haverá mais estoques finais que pressionarão para baixo os preços do milho já no primeiro semestre do próximo ano, especialmente se a safra de verão vier normal.

Pelo lado das importações, em setembro o país comprou um total de 407.379 toneladas do cereal. No total de setembro o volume ultrapassou em 176,5% as importações de setembro do ano passado. Nos nove primeiros meses do ano o Brasil já importou 1,63 milhão de toneladas de milho, chegando ao redor de 115% acima do importado no mesmo período do ano passado. O preço da tonelada importada subiu 60%, passando de US$ 151,90 no ano passado, para US$ 243,10 neste ano. (cf. Secex)

Enfim, o projeto Potencial e Lacunas de Produtividade do Milho em Santa Catarina (Projeto GYGAs SC) publicou os resultados parciais de estudo desenvolvido em 176 propriedades daquele Estado durante a safra 2020/21. A pesquisa mostra que se todas as lavouras catarinenses de milho atingirem 75% do potencial de produtividade, ou seja, a máxima eficiência técnica e econômica, será possível aumentar a produção anual de milho em 2,5 milhões de toneladas, o que possibilitará atender mais de 70% da demanda do Estado pelo cereal. Tal pesquisa foi realizada em parceria entre a Epagri e a equipe FieldCrops da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), em 42 municípios catarinenses. Trata-se de um protocolo global, com mais de 70 países participantes, com aplicação local. A iniciativa é liderada pela Universidade de Nebraska (EUA) e Universidade de Wageningen, na Holanda, e se baseia no conhecimento da ecofisiologia das culturas e dos sistemas de produção.

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