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Minas adota segmentação da batata para fortalecer mercado

Consumidor recebe orientação para adquirir variedades conforme uso culinário


Consumidor recebe orientação para adquirir variedades conforme uso culinário

Minas Gerais lidera a produção nacional de batata com uma área plantada de 39,2 mil hectares e safra estimada de 1,1 milhão de toneladas para 2010, informa o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As safras são crescentes principalmente no Sul do Estado, que responde por 46,0% da produção mineira, e no Alto Paranaíba, que participa com 43,0%, mas a concentração no cultivo da variedade ágata dificulta o desenvolvimento do mercado da batata no Estado.

De acordo com Luciana Rapini, assessora técnica da Superintendência de Segurança Alimentar e Apoio à Agricultura Familiar (Susaf) da Secretaria da Agricultura de Minas, “a ágata tem uma aparência apreciada pelos consumidores, mas falta ao produto a qualidade culinária para o uso doméstico e também para o processamento industrial”.

A assessora explica que o mercado mineiro de batatas necessita de cultivares para finalidades especificas e diferentes formas de consumo (cozimento, assados ou frituras).

O cenário da batata em Minas, segundo Luciana, começa a mudar agora, “com o início do programa de segmentação do mercado, que será realizado em dois sacolões de forma continuada e sem ininterrupções, apresentando as categorias “fritar e cozinhar” e “assar e cozinhar”. Ela informa que as duas variedades oferecidas na segmentação estarão ofertadas no mercado da CeasaMinas/Contagem. O grupo comercializado pelo entreposto tem as variedades asterix, bintje, opaline, markies, caesar, ágata, emeraude, cupido, monalisa, e mondial.

“Haverá sempre duas gôndolas nos sacolões, uma com variedade para fritar e cozinhar e outra para assar e cozinhar. A oferta respeitará a existência da batata no mercado da CeasaMinas”, assinala a assessora da Susaf.

O programa de segmentação é realizado em parceria pela Secretaria da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) com suas vinculadas Epamig e Emater-MG, e a CeasaMinas. Luciana diz que a fase piloto, desenvolvida atualmente, tem a participação das lojas Império das Batatas, no Mercado Central, e Sacolão Center, do Bairro Floresta.

De acordo com o chefe do Setor de Agroqualidade da CeasaMinas, Joaquim Oscar Alvarenga, o trabalho de seleção da batata é realizado pela empresa atacadista Kakau, na CeasaMinas de Contagem, Região Metropolitana de Belo Horizonte. Após a seleção das variedades ofertadas/uso culinário, a empresa fornece as batatas aos dois sacolões. “O produto é oferecido a granel, sendo seu nome e uso culinário apresentados em “banners” e cartazes afixados nas gôndolas”, explica Alvarenga.

A CeasaMinas e a Seapa respondem pelo custo do material, e as informações para conhecimento do consumidor foram elaboradas em conjunto pelos técnicos do entreposto e da Secretaria da Agricultura e suas instituições vinculadas. Os parceiros também orientam os consumidores nas lojas que oferecem a batata segmentada e atendem às instituições interessadas em conhecer o programa e ajudar na sua difusão. Segundo a assessora Luciana Rapini, está programada para este mês uma palestra para as participantes do Movimento das Donas de Casa (MDC). “Trata-se de uma excelente oportunidade para a formação de opinião a respeito do programa. A segmentação, ao possibilitar o acesso do consumidor a batatas com finalidades culinárias específicas, estimula as vendas, beneficiando toda a cadeia do produto”, enfatiza.

Luciana e Joaquim Alvarenga acreditam na segmentação como um passo importante para a profissionalização do mercado, destacando que o programa terá reflexos na área de produção da batata. “Já existe a demanda para inclusão de outras lojas, tendo em vista que esse modelo é sustentável porque respeita as condições atuais do setor da batata, que inclui venda a granel, respeita as variedades ofertadas, e além disso as donas de casa adquirem o produto aos preços usuais do mercado”, observa a assessora. Para o chefe de Agroqualidade da CeasaMinas, a comercialização do produto com indicação de uso deverá estimular os produtores a investir nos cultivos específicos.

O programa terá desdobramentos com a inclusão das 42 lojas da Rede Sacolão Center na oferta de variedades segmentadas. Em estágio mais avançado serão oferecidas variedades segmentadas para processamento industrial.

Interesse do consumidor

O empresário Alexandre Geraldo, do Império das Batatas (Mercado Central de Belo Horizonte), parceiro no programa de segmentação, prevê o fortalecimento das vendas. Ele adquire cerca de 800 sacos do produto por mês e reserva um volume de 90 a 100 sacos para as vendas a varejo. “Estamos trabalhando com batatas segmentadas das variedades ágata, para cozinhar e assar, e markies e asterix para fritar e cozinhar”, ele informa e acrescenta que os consumidores demonstram grande interesse depois de ler as orientações apresentadas nos cartazes afixados na loja. “Por isso, acredito que os resultados do programa de segmentação da batata serão positivos.”

De acordo com avaliação do comerciante, “o modelo atual de segmentação da batata respeita o direito de escolha de cada um, pois a oferta a granel possibilita a seleção do produto pelo uso culinário, formato e aspecto.” Alexandre considera também que embora a aparência da batata, nesse caso, não seja mais o aspecto predominante, o consumidor gosta de fazer a própria seleção. “Outra vantagem é que a segmentação não acarreta aumento de preço da batata, sendo a cotação do produto definida apenas com base nas variações do mercado”, finaliza.

As informações são da assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais.

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