Ministra confirma: Brasil vai vender menos soja à China
Peste suína, que diminuiu sensivelmente o número de animais naquele país, vai enfraquecer demanda
Segundo apurou a pesquisa diária do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da USP), os preços da soja no mercado físico brasileiro fecharam a semana com preços médios da soja caindo 0,23% sobre rodas nos portos do Sul, que caíram para R$ 76,48/saca e de 0,39% nos preços médios do interior, para R$ 71,83/saca.
Com isto, as perdas da soja nos portos no mês de abril atingem 1,58% e 0,94% no interior. “A queda de 0,39% nas cotações de Chicago e seus motivos superaram a levíssima alta de 0,08% na cotação do dólar nesta segunda-feira”, destacou o analista Luiz Fernando Pacheco, da T&F Consultoria Agroeconômica.
O dia foi mais quieto, aponta Pacheco, com o feriado de Páscoa na Europa, assim como o mercado de Paper, em Paranaguá. Os prêmios da soja em grão caíram 3 cents para maio, para +35, permaneceram iguais em +40 para junho, caíram 1 cent para +47 para julho e permaneceram inalterados em +50 para agosto. Os prêmios para a próxima temporada ficaram em + 25 para maio20 e +20 para abril20.
“A informação mais relevante do dia foi a de que os estoques de farelo de soja na China estão 3,5% maiores do que a semana anterior, mas 25% menores do que a mesma semana do ano passado. Provavelmente isto pode significar que o país está tentando recuperar o seu plantel de suínos, que poderá levar de 1 ano e meio a dois anos”, completa o analista.
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, confirmou a previsão da T&F Consultoria Agroeconômica de que as exportações de soja do Brasil à China “com certeza” diminuirão neste ano. Muitos economistas e outras consultorias acreditavam que a Guerra Comercial fizesse os asiáticos retirar compras dos Estados Unidos e favorecer o Brasil. O problema, porém, é que os chineses vão comprar menos soja devido à peste suína, que diminuiu sensivelmente o número de animais naquele país.
