CI

Ministra quer discutir transgênicos


Uma reunião interministerial para analisar o embargo judicial deverá ocorrer na próxima semana.

Diante do silêncio do ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, quanto aos transgênicos, para quem 'esse é um problema do Judiciário e a orientação do Poder Executivo é não interferir em questões de Justiça', a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, resolveu agir. Ela tem pressa em tratar do assunto e já pediu para o ministro da Casa Civil, José Dirceu, marcar uma reunião entre os titulares dos ministérios que têm entre suas atribuições tratar de transgênicos.

A reunião, prevista para a última quarta-feira, foi adiada para a próxima semana. Rodrigues, que defendia abertamente os organismos geneticamente modificados (OGMs) antes de assumir o governo Lula, adota agora uma posição mais cautelosa. Ele espera a decisão judicial e a definição de uma posição única do governo sobre a matéria. Marina Silva encaminhou na terça pedido de suspensão do julgamento do recurso que pretendia tornar dispensável o Estudo de Impacto Ambiental (EIA-Rima) para o plantio de OGM no Brasil.

O ministro disse torcer para que a Justiça decida a questão até setembro ou outubro e que, antes de definir sua posição, o governo quer ter certeza 'absoluta e cabal de que a eventual transgenia não afete a saúde humana e o meio ambiente'. Na opinião dele, são necessárias análises rigorosas de mercado para identificar se os importadores estão dispostos a pagar mais ou menos pela soja tradicional. O ministro também lembra que o mercado não se move apenas pela lei de compra e venda e que pesa ainda a questão emocional da reação do consumidor aos transgênicos.

A China, importadora de soja brasileira, cobrou este ano do governo brasileiro um certificado de qualidade do produto. Queria saber se estava ou não levando soja transgênica. Em um comunicado enviado à China, o governo brasileiro esclareceu que o plantio de transgênicos é proibido no país, mas era possível haver soja transgênica devido à proximidade com países produtores de OGMs. Também informou que a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) assegurava que o produto, caso misturado às sacas, era 'inofensivo à saúde e ao meio ambiente'.

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.