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Ministro da Agricultura apoia greve dos fiscais federais agropecuários


O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, considerou legítima a greve iniciada ontem (15-03) pelos fiscais federais agropecuários que implica num reajuste salarial médio de 30%, além da realização de concurso para ampliar o quadro funcional dos atuais 2.670 fiscais para cerca de 4 mil e mais recursos para a fiscalização. Os fiscais são responsáveis pela inspeção de todos os produtos animais e vegetais que entram e saem do país. Com o propósito de tentar contornar a situação, o ministro destacou que já vem intermediando as negociações entre o setor e o Ministério da Fazenda para que os trabalhos possam voltar ao normal o mais breve possível.

“Infelizmente, as demandas colocadas pelos fiscais não foram totalmente aceitas pelo governo, mas as negociações estão em curso. Esperamos uma contraproposta do setor”, ressaltou Rodrigues. O ministro esteve presente nesta terça-feira (16-03) na Expodireto Cotrijal 2004, em Não-Me-Toque, no Rio Grande do Sul.

No Paraná, a greve formou uma fila de caminhões no porto de Paranaguá que chegou a 27 quilômetros no domingo. O Estado tem 219 agentes distribuídos em aeroportos, fronteiras, portos, escritórios e inspeção. No Mato Grosso, onde a paralisação chega a 100%, o diretor comercial do Frigorífico Quatro Marcos, Tupã Magalhães, enfatiza que "falar em prejuízos diários é fazer pressão neste momento mas, na realidade, o que temos são embarques prontos para o mercado externo e que não poderão seguir destino. Acredito que depois nesta quarta-feira, caso a greve se mantenha, os frigoríficos terão problemas com estocagem e deixarão até de abater os animais. O prejuízo é certo, inclusive para a balança comercial do Brasil".

Em Santa Catarina, a greve dos fiscais do Serviço de Inspeção Federal (SIF) do Mapa pode paralisar as indústrias de processamento de carne e causar prejuízos da ordem de R$ 15 milhões por dia à economia catarinense. O alerta foi feito pelo presidente da Coopercentral Aurora e da Federação da Agricultura do Estado (Faesc), José Zeferino Pedrozo. Esse prejuízo milionário é fruto da suspensão na emissão de certificações sanitárias internacionais, documento primordial para a continuidade das exportações de produtos de origem animal e vegetal. Os maiores problemas se concentram na região Oeste do Estado, onde existem as maiores agroindústrias. Segundo o comando de greve, 40 fiscais estão parados, sendo onze somente de Chapecó.

Levantamento das perdas com a soja

Roberto Rodrigues destacou que um levantamento detalhado sobre a situação das lavouras de soja no país será divulgado no final do mês. Após esse balanço, conforme ele, o governo pretende tomar medidas para amenizar a quebra no setor. O ministro destacou ainda que não há uma estimativa concreta para as perdas na safra de grãos desta temporada, mas afirmou que há a possibilidade da colheita não atingir a projeção das 130 milhões de toneladas.

No Mato Grosso do Sul, as perdas nas lavouras de soja em razão da estiagem já chegam a um milhão de toneladas, das cinco milhões previstas para serem colhidas. O prejuízo estimado chega a R$ 750 milhões. A quebra projetada está somente relacionada à estiagem que assolou municípios da região Sul do Estado, sem contar com as perdas provocadas pela ferrugem asiática nas lavouras do Norte, que ainda não teve impacto significativo.

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