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Ministro da Agricultura critica resistência dos EUA à abertura agrícola


O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, afirmou ontem (10-03), durante visita a Buenos Aires, que sem uma abertura agrícola clara, não haverá progressos nas discussões na Organização Mundial do Comércio (OMC) nem na Área de Livre Comércio das Américas (Alca). Ele criticou os governos dos Estados Unidos e da União Européia por resistir ao debate sobre a redução ou eliminação dos subsídios a seus produtos agropecuários.

Rodrigues esteve na capital argentina para discutir com o ministro da Produção, Aníbal Fernández, a posição do Mercosul diante das negociações com OMC, Alca e União Européia, além de conflitos internos do bloco e a coordenação de uma série de políticas bilaterais na área de biotecnologia. Segundo o ministro, ficou claro que nos EUA existe a determinação de não discutir aberturas na agricultura dentro da Alca, enquanto a questão não for resolvida na OMC - onde os avanços também estão condicionados às definições na Alca. “Isso significa uma perspectiva um pouco sombria", disse Rodrigues.

Depois da reunião com o ministro Fernández, Rodrigues declarou que "o Mercosul estará firme em não abrir a negociação com a Alca sem um claro compromisso de abertura nos mercados agrícolas".

Açúcar

Rodrigues e Fernández também analisaram a questão do açúcar. Segundo o ministro Rodrigues, a intenção é que os produtores do Brasil e da Argentina se reúnam e encontrem uma solução. No início do ano, o presidente Eduardo Duhalde vetou com um decreto presidencial a lei parlamentar que estabelecia uma tarifa alfandegária de 20% para a importação de açúcar. A proteção abarcava o açúcar brasileiro, apesar de ser produto de um sócio do Mercosul.

Mas na semana passada, o Senado argentino rejeitou o veto presidencial. Nesta semana será a vez da Câmara de Deputados, que também deve rejeitar o veto de Duhalde. "O governo argentino está preocupadíssimo", disse Rodrigues. "A derrubada do veto presidencial por unaminidade mostra uma tendência muito clara do que pode acontecer na Câmara. E isso criará dificuldades dentro do Mercosul."

Além disso, segundo analistas, a existência de uma proteção tarifária dentro do bloco comercial do Cone Sul poderá ser utilizada como argumento pelos governos dos países da União Européia e dos EUA para manter seus respectivos protecionismos. "O ministro Fernández tentará nesta semana convencer os deputados de que adiem por um tempo a votação sobre o veto. A idéia dos dois governos é que nesse intervalo os produtores cheguem a um acordo", afirmou.

O ministro também reuniu-se com empresários argentinos do setor alimentício interessados no funcionamento do Programa Fome Zero. "Os empresários estão interessados em participar comercialmente do programa, já que evidentemente, aumentarão as necessidades do Brasil nas compras de leite, arroz e milho, entre outros produtos."

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