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Missão chega em setembro

MT tem atualmente capacidade instalada para abate de 18 mil animais/dia. Europeus mostram seu interesse neste potencial


O primeiro passo para Mato Grosso tornar-se exportador de carne suína para o bloco europeu será dado no próximo mês com a visita de uma missão técnica da União Européia (UE), que irá avaliar pela primeira vez o mercado brasileiro.

“O Brasil nunca exportou carne suína à Europa. Esta visita é uma oportunidade para iniciarmos o processo de habilitação e uma porta que poderá ser aberta também para Mato Grosso”, afirmou a fiscal agropecuária da Superintendência do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Giovana Almeida.

Ela informou que Mato Grosso exporta carne suína apenas à Rússia, por meio do frigorífico Agra, de Rondonópolis (210 quilômetros ao sul de Cuiabá). O Intercoop de Nova Mutum, que já chegou a exportar para os russos e estava impedido de vender para aquele mercado, teve seu processo de credenciamento reabilitado e se prepara para retomar as exportações.

Mato Grosso conta atualmente com três grandes abatedouros de suínos – a Sadia, de Lucas do Rio Verde, com capacidade para abater até 10 mil animais/dia, o Excelência (Nova Mutum), que pode abater até cinco mil cabeças e, Agra (Rondonópolis), com capacidade de abate de três mil animais/dia. Juntas, as três plantas somam capacidade para abater até 18 mil suínos diariamente.

A auditagem dos frigoríficos irá verificar as condições sanitárias das plantas, a capacidade de abate e se as indústrias estão cumprindo as normas estabelecidas pelos países importadores. “Acreditamos que as plantas estão em condições de passar por esta avaliação com sucesso”, acredita Giovana.

No ano passado, Mato Grosso registrou recuo de 29,61% nas exportações de carne suína, com o faturamento caindo de US$ 52,24 milhões para US$ 36,78 milhões. Em volume físico a queda foi de 51,45%, com as exportações caindo de 25,41 toneladas para 12,34 toneladas. Desse total, 8,08 toneladas tiveram como destino o mercado russo.

EXPORTAÇÕES – De janeiro a julho deste ano, Mato Grosso as exportações de carnes suínas, ao contrário dos cortes bovinos, registraram incrementos tanto em valor quanto em volume, com aumento de 14,8% e 70% em quantum físico, respectivamente.

A Rússia é o principal mercado da carne bovina e suína de Mato Grosso e detém 33% do faturamento e 80% da quantidade comercializada. No acumulado dos sete primeiros meses, Mato Grosso respondeu por 5% do volume embarcado pelo País.

ESTADOS UNIDOS – Em recente visita a Mato Grosso, missão norte-americana esteve avaliando plantas frigoríficas de carne bovina para vistoria técnica e checagem das condições sanitárias. Os técnicos, após a checagem, decidiram manter a habilitação das plantas da JBS Friboi, de Barra do Garças e Marfrig, de Tangará da Serra para exportação de carne termoprocessada.

Além das exportações para os EUA, Mato Grosso conta ainda com 13 frigoríficos habilitados para exportar carne in natura para o bloco europeu.

PROPRIEDADES – Mato Grosso já conta com 207 propriedades habilitadas a exportar carne bovina in natura para o mercado europeu dentro das normas da rastreabilidade, de acordo com a última lista do Comitê Técnico da União Européia (UE). Esta semana o comitê europeu deverá anunciar lista atualizada com a inclusão de novas propriedades.

De acordo com Patrícia Cristina Borges Dias, da área do Sisbov (Sistema de Rastreabilidade Bovina) da Superintendência do Mapa e coordenadora do programa em Mato Grosso, existe atualmente uma “lista de espera” com mais 490 propriedades aguardando aprovação da União Européia.

As liberações ocorrem após auditorias realizadas nas fazendas pelos técnicos do Mapa, em parceria com o Instituto de Defesa Agropecuária (Indea).

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