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Missão européia finaliza auditoria em rebanhos brasileiros


A missão da União Européia que fica no Brasil até hoje (17-03) para fazer uma auditoria no sistema de rastreabilidade bovina pode constatar que o Brasil não está cumprindo as exigências feitas pelo mercado europeu, a partir de janeiro de 2002. "O modelo de proteção da qualidade bovina do Brasil é antigo e está em processo de ajuste. Os níveis de proteção que os europeus vão encontrar não são equivalentes aos adotados na Europa", afirma Enio Marques, diretor executivo da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne Bovina (Abiec).

Com a constatação do não cumprimento das regras européias, fontes do setor acreditam que a possibilidade de a Europa suspender importações de carne bovina do Brasil existe. Segundo analistas, o Brasil corre um risco grande por manter um nível de proteção abaixo do exigido.

Apesar de o sistema nacional ser antigo, houve prazo para que o Brasil readequasse seu sistema para atender às normas da União Européia (UE). A reforma estrutural dentro do ministério não aconteceu, apesar de o Sisbov - Sistema de Identificação para Rastreabilidade do Rebanho Bovino Brasileiro - ter sido lançado pelo governo.

No ano passado, as exportações de carne bovina atingiram a marca de US$ 1,2 bilhão. Para este ano, os frigoríficos estimam embarques de US$ 1,6 bilhão.

Exigências

Em relação ao Sisbov, o secretário executivo do Ministério da Agricultura, José Amauri Dimarzio diz que o Brasil pode por tudo a perder "se continuarmos não cumprindo exigências". Segundo ele, na questão do Sisbov, os frigoríficos é que devem pagar o custo da rastreabilidade para os produtores, e não contratar certificadoras como vem acontecendo até o momento.

Entre os principais projetos da secretaria executiva do Ministério da Agricultura está a redefinição de todos os processos de defesa agropecuária e inspeção sanitária já existentes. "Muitos países suspendem as importações de produtos brasileiros porque nós deixamos de cumprir obrigações básicas", disse Dimarzio. Ele citou como exemplo, casos em que um veterinário assinou certificados para exportação de farelo de soja.

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