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Moinho informa quebra de contrato de trigo com Argentina

A demora da Argentina em voltar a expedir licenças para a exportação de trigo provocou a quebra de um contrato de importação


Reuters - A demora do governo argentino em voltar a expedir licenças para a exportação de trigo provocou a quebra de um contrato de importação do cereal nessa terça-feira (06-11), informou um importante grupo moageiro do Brasil. O governo argentino suspendeu a emissão de licenças de exportação de trigo em março deste ano, buscando segurar uma maior quantidade do cereal no país e reduzir pressões inflacionárias sobre os alimentos.

Moinhos brasileiros, que compram na Argentina cerca de 70% de todo o trigo que processam, esperavam que a vitória de Cristina Kirchner no primeiro turno das eleições presidenciais argentinas pudesse acelerar o retorno da emissão de licenças. Mas isso até agora não ocorreu.

O presidente do Moinho Pacífico, um dos maiores do Brasil, Lawrence Pih, diz que contratou 25 mil toneladas de trigo argentino da nova safra para embarque em 15 de novembro. Pelo contrato, ele deveria nomear o navio dez dias antes, ou seja, na segunda-feira, mas como a trading não conseguiu ainda a licença de exportação isso não pôde ser feito.

"Tecnicamente, a partir de hoje esse contrato já está em "default", por culpa do governo argentino", afirmou Pih. Segundo ele, vários embarques estão previstos em contrato para a nova safra argentina em novembro, dezembro e janeiro, em volume total de aproximadamente 2 milhões de toneladas, para vários compradores no Brasil e no exterior.

"As tradings foram fechando negócios na esperança de que a emissão de licenças fosse retomada. Isso é gravíssimo. Um dos maiores exportadores de trigo começa a dar default nos contratos", acrescentou Pih. Produtores na Argentina também aguardam as licenças para poderem comercializar a nova safra de trigo com exportadores. No dia 1º de novembro uma fonte do governo argentino informou que o tema continuava sob análise.

"Nos próximos dias vai ser definido, mas por ora tanto isso como as retenções (imposto de exportação) estão sendo estudados", disse. O aumento dos impostos de exportação de grãos, outra medida destinada e evitar um excesso de saída de alimentos do País, também é uma possibilidade na Argentina, comentam traders.

Pih afirmou que não pretende cancelar os contratos e que vai buscar compensação por eventuais danos, mesmo que em tribunais de arbitragem internacionais. "A trading vai declarar força maior (para não cumprir o contrato), mas nós vamos correr atrás do prejuízo", afirma.

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