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Morre em Chapecó (SC) o fundador da Aurora



Aos 69 anos, morreu ontem (30-01), em Chapecó (SC), o empresário Aury Luiz Bodanese, uma das mais importantes lideranças cooperativistas do país, fundador da CooperAlfa e da Coopercentral Aurora, ambas com sede em Chapecó. Com a saúde fragilizada desde um derrame cerebral ocorrido em 1995, Aury Bodanese formalizou a transferência do comando da Aurora a José Zeferino Pedrozo em outubro do ano passado, mas já se afastara do dia-a-dia da cooperativa há mais tempo. Desde o derrame a sua saúde vinha piorando até chegar ao quadro de infecção generalizada (septicemia) e falência múltipla de órgãos, registrados como os causadores de sua morte. Além de incentivar a produção pecuária e de cereais na região oeste de Santa Catarina, onde o empresário se estabeleceu na década de 50, chama atenção no trabalho realizado pelo gaúcho de Erechim o fato de ter vislumbrado a necessidade de os agricultores avançarem na cadeia produtiva, partindo para a industrialização dos produtos agropecuários. Oito fábricas Com base nessa lógica ele idealizou a Aurora, cooperativa que processa a produção de 18 cooperativas agropecuárias do oeste catarinense e tornou-se um dos mais importantes grupos agroindustriais do País, ao lado de outras companhias nascidas em Santa Catarina, como Sadia, Perdigão e Seara. Empregando 7,5 mil funcionários, em 2002 a Aurora faturou R$ 1,009 bilhão com suas oito fábricas, onde industrializa carne suína e de frangos, além de produzir sucos. Frigorífico quebrado As 18 cooperativas filiadas representam 40 mil produtores rurais. Essa trajetória começou no final da década de 60, quando Aury Bodanese, depois de aceitar o convite de reestruturar a pequena Cooperchapecó, apostou na compra de um frigorífico quebrado para industrializar a produção da cooperativa catarinense. Filho de comerciante, Aury Bodanese era o que poderia se chamar de um "workaholic do mundo agrícola". Nos trinta anos que comandou a Aurora e a Alfa, trabalhava em média 12 horas por dia, pouco menos do que nos primeiros tempos da vida profissional, quando a jornada muitas vezes durava até 16 horas por dia na boléia do caminhão, com o qual levava produtos agrícolas do interior gaúcho para a capital, Porto Alegre. Na época as viagens levavam até oito dias e ele tinha apenas 13 anos. Aos 12 ele fora expulso da escola, para onde não voltou mais. Até porque nunca gostou muito dos estudos formais. Preferia matar aula para engraxar sapatos ou vender banana e jornal. Ainda assim, além de montar um império cooperativista em Santa Catarina, Bodanese fundou e presidiu a Federação das Cooperativas Agropecuárias de Santa Catarina (Fecoagro), a Organização das Cooperativas Estado de Santa Catarina (Ocesc) e outras entidades do setor. Casado com Zelinda Santa Catarina, ele teve quatro filhos. O enterro foi realizado no final da tarde, em Chapecó.

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