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MT busca a erradicação definitiva da aftosa

Pecuaristas investem R$ 50 milhões/ano em doses nas 3 etapas estaduais


Depois de sobreviver a um período de quase 11 anos sem focos de febre aftosa e atingir patamares próximos a 100% na cobertura nas vacinações nos últimos anos, Mato Grosso corre agora atrás de sua meta de alcançar a erradicação definitiva da doença até 2012, prazo estabelecido pela Comissão Sul-Americana de Luta contra a Aftosa para que a doença seja erradicada no continente.

“Acreditamos que Mato Grosso poderá atingir a sua erradicação antes mesmo deste prazo”, afirma o superintendente federal da Agricultura, Paulo Bilego, que aponta o “excelente trabalho” realizado nos últimos anos pelo Estado para manter a aftosa sob controle.

O gerente executivo do Fundo Emergencial de combate à Febre Aftosa (Fefa), Antônio Carlos de Carvalho, também diz estar otimista quanto ao cumprimento desta meta.

“Os produtores fizeram a sua lição de casa e continuarão trabalhando para que Mato Grosso só reconquiste como mantenha o status de área livre de febre aftosa com vacinação, como também alcançe a erradicação nesta área”. Atualmente, Santa Catarina é o único estado brasileiro livre da aftosa sem vacinação, status concedido pela União e ainda em vias de reconhecimento pela Organização Internacional de Epizootias (OIE).

Segundo Antônio Carlos, a erradicação trará ganhos para os produtores, uma vez que o pecuarista desembolsa só com vacina, cerca de R$ 50 milhões por ano no Estado. “Não mensuramos o custo médio de cada animal para o produtor, mas acreditamos que ultrapassa o valor do próprio animal”.

O maior ganho para os pecuaristas, na avaliação do presidente da Associação dos Criadores do Estado (Acrimat), Jorge Pires, será a abertura de novos mercados para a carne in natura mato-grossense, sobretudo Estados Unidos e Europa.

Atualmente, apenas 49% do rebanho bovino do Estado está credenciado a vender carne para o bloco europeu. “Com a erradicação, vamos trabalhar com perspectivas de atingir todos os mercados”, diz ele.

De acordo com Pires, a erradicação é importante também porque agregará mais renda para o produtor, ao mesmo tempo em que o Estado ampliará as suas exportações.

O presidente do Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea/MT), Décio Coutinho, é mais realista sobre a meta da erradicação. “Se é possível chegar? Isso é sim. Porém, dependemos das ações que são executadas por nossos vizinhos, ou seja, daquilo que está sendo desenvolvido nos rebanhos dos estados do circuito pecuário Norte de Nordeste”, frisa.

Ele lembra que no momento o Estado está sem o status de livre com vacinação por conta dos focos de aftosa que ocorreram no ano passado no Paraná. Recentes casos registrados no Amazonas, no Pará e no Mato Grosso do Sul, ameaçaram a credibilidade do rebanho estadual, mesmo sem registrar focos há quase 11 anos.

Nesta semana, membros da OIE estiveram reunidos no Rio Janeiro, junto às autoridades brasileiras que cuidam do assunto para relatar as impressões que a comitiva da OIE teve das visitas feitas à área focal do Mato Grosso do Sul (Eldorado e Japorã), à Argentina e ao Paraguai. “O relato dos técnicas mostrará a possíbilidade de Mato Grosso, assim como outros estados do circuito pecuário Centro-Oeste e Leste, recuperar o status de livre com vacinação”. Fazem parte destes circuitos rebanhos de Goiás, Minas Gerais, Distrito Federal, Bahia, Espírito Santo, São Paulo e Rio de Janeiro, por exemplo.

Como explica o presidente do Indea/MT, a possibilidade de retomada do status mato-grossense, concedido pela OIE, poderá ser anunciada a qualquer momento, independentemente da reunião geral da entidade, marcada para maio de 2007. “A retomada do nosso status depende das análises da Comissão Científica da OIE, diferentemente do reconhecimento por parte da entidade do status de livre sem vacinação almejado por Santa Catarina, que só poderá ser avaliado durante a reunião geral de maio próximo”.

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