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Na dose certa

Agricultura de precisão se mostra como uma oportunidade para produtores ampliarem os limites de suas lavouras


Agricultura de precisão se mostra como uma oportunidade para produtores ampliarem os limites de suas lavouras

Quem acredita que atingir um índice de produtividade superior a 70 sacas de soja por hectare está batendo o recorde, não conhece o produtor Eduardo Alberto Fernandes, da região de Astorga (Noroeste). As lavouras cultivadas por Fernandes já chegaram a registrar uma produtividade de 84,58 sacas por hectare de plantio em linha e 92,8 sacas por hectare em um sistema de produção cruzado. Ele conta que um dos segredos para alcançar essa façanha foi a aplicação da agricultura de precisão, além do uso de sementes de alta qualidade e da ajuda do clima.


Há três anos investindo na implantação de tecnologias de monitoramento de área, correção de solo, equipamentos de plantio, adubação e pulverização de ponta, Fernandes descobriu o que de melhor, até o momento, a terra pode proporcionar. A sugestão de implantar a agricultura de precisão na fazenda foi da Cooperativa Integrada. Francis Stefano de Magalhães, agrônomo da cooperativa, informa que os estudos de implantação desse sistema de produção na propriedade começaram em 2008 e, desde então, a qualidade e a produtividade da lavoura só aumentaram. "A agricultura de precisão é o uso da tecnologia para atender as necessidades da lavoura para uma melhor produção", explica Magalhães.

Para a implantação da agricultura de precisão na fazenda de Fernandes foi realizado, primeiramente, o mapeamento da área para averiguar as características do solo da propriedade, tudo com o apoio de um aparelho de GPS (Global Positioning System, da sigla em inglês). O agrônomo da Integrada explica que nesse sistema de produção, a área a ser plantada é dividida em talhões de três hectares em forma de quadrado. O objetivo é ter uma cobertura melhor do solo e assim identificar com mais exatidão as necessidades nutricionais de cada fragmento de área.

Magalhães recomenda que em uma propriedade menor o tamanho do talhão deve ser reduzido para dois hectares. Com o apoio do GPS, um quadriciclo retira 10 amostras de solo em forma de Z em cada talhão. "Nessas análises são verificados os índices de acidez da terra, além das deficiências em adubos que deverão ser preenchidas", explica. O agrônomo completa que as carências mais comuns encontradas no solo são a falta de Nitrogênio(N), Fósforo(P) e Potássio(K).

Após o trabalho no campo, os dados obtidos em cada talhão são lançados em um sistema de computador, no qual é gerado um mapa de nutrientes contidos em toda a propriedade. "Essas informações são redirecionadas para os implementos, que fazem a devida aplicação dos produtos conforme a necessidade", acrescenta Magalhães. No caso da propriedade de Fernandes, é utilizado um caminhão de uma empresa terceirizada que faz a aplicação dos insumos, atendendo de forma específica a necessidade nutricional de cada talhão.


Realidade

O agrônomo observa que a maioria dos produtores padroniza o tratamento de solo de sua propriedade. Isso, segundo ele, faz com que o potencial da terra não seja aproveitado. "Temos de conhecer o que temos nas mãos", defende. Em alguns países, como nos Estados Unidos, informa Magalhães, a tecnologia de aplicação de adubos já vem acoplada nas próprias plantadeiras com aparelho de GPS. No Brasil, essas aplicações acontecem com o uso desse aparelho, mas controladas pelo operador da máquina.

O agrônomo salienta que a agricultura de precisão se estabelece em etapas. O sistema elaborado na propriedade de Eduardo Fernandes foi implantado em três anos. "Depois da primeira etapa, fizemos novas análises para verificar se os resultados esperados deram certo. E deram", comemora Magalhães.

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