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Na ponta do lápis é mais fácil administrar

Produtor moderno não sabe apenas semear; garantir renda e produção exigem profissionalismo


A paisagem da propriedade de Edson Dornellas, localizada na zona sul de Londrina, está mudando aos poucos. O café que até o ano passado ocupava praticamente toda a área, hoje divide o espaço com culturas anuais, como milho, soja e trigo, além de batata-doce. A decisão de mudar o rumo da atividade foi tomada depois do produtor ter participado do programa Empreendedor Rural, do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-PR).

Dornellas afirma que herdou do pai a paixão pelo café, que sempre foi priorizado na propriedade. Porém, os resultados da lavoura nem sempre são condizentes com as exigências e custos da cultura. Segundo ele, os cafeicultores têm dificuldades em conseguir mão de obra e a rentabilidade tem sido baixa.

Conhecimentos e informações do programa do Senar convenceram Dornellas de que não é necessário abrir mão da cafeicultura, mas a diversificação da propriedade é fundamental para a viabilização do agronegócio. "O programa permite que a gente tenha uma outra visão da propriedade. Conseguimos ver os pontos negativos e definir formas para mudá-los", diz.

Depois de fazer o curso no ano passado, Dornellas optou por investir, de forma organizada e planejada, no plantio de soja, milho e trigo. Ele retirou 45 mil das 100 mil covas de café e destinou 9 alqueires para soja no verão e agora no inverno, 7 alqueires de trigo, além de 2 alqueires de batata-doce. ""A vantagem do sistema é que as culturas possibilitam a entrada de capital em várias épocas do ano"", destaca. A área do café, segundo, ele, ainda vai diminuir, mas a cultura continuará a ser uma das fontes de renda do produtor.

Organizar a produção sobre bases sólidas dá segurança ao produtor e diminui riscos de prejuízos. "O curso permitiu que eu calculasse os custos com a implantação das novas culturas e fizesse um planejamento estratégico da propriedade", diz.

Dornellas, que é agrônomo e diretor do Sindicato Rural de Londrina, afirma que o programa possibilita a formação de empresários rurais. "O curso nos ensina a entender o sistema da porteira para fora, e permite que a gente consiga vender melhor nossos produtos"", afirma. Dornellas destaca que o produtor deve buscar informações sobre mercado interno, mercados futuros, taxas de juros para ter sucesso no agronegócio.

As mudanças que estão sendo implementadas por Edson Dornellas correspondem ao novo perfil do produtor brasileiro, que vem sendo observado por Luiz Humberto da Cunha Filho, consultor de uma empresa de Ibiporã (norte do Estado). "Atualmente, o produtor dispõe de inúmeras informações (de commodities e mercado interno), que são fundamentais para a tomada de decisões. A propriedade deve ser encarada como uma empresa", afirma. Ele destaca o papel da assistência técnica, pública ou privada, na sistematização das informações e orientação aos produtores.

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