Nildemar Secches é o homem-forte da Perdigão
Há 10 anos, Nildemar Secches comanda uma das maiores empresas alimentícias do País
A Perdigão figura hoje entre as maiores companhias de alimentos da América Latina. Por meio de unidades industriais em cinco Estados brasileiros, a empresa garante presença de mercadorias em mais de cem países nos mais diversos continentes.
Administrar uma companhia deste porte, que também é a maior exportadora de Santa Catarina, não é tarefa fácil. Requer muito trabalho e conhecimento, principalmente de seu líder. Nildemar Secches já está há mais de dez anos na presidência de uma das maiores empresas alimentícias do País.
Nascido no interior de São Paulo, Secches é viúvo e pai de dois filhos. Ele é formado em engenharia mecânica pela Universidade de São Paulo (USP) de São Carlos, pós-graduado em Finanças pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro e cursou doutorado em economia pela Unicamp, em Campinas. Vindo de família de classe média, não precisou trabalhar na juventude e teve seus estudos financiados pelos pais. "Meu pai trabalhava no campo, tínhamos algumas propriedades e isto me deu um bom suporte financeiro para tocar meus estudos", lembra Secches.
O executivo começou sua carreira profissional no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), em 1972, após passar num concurso da instituição. Trabalhou vários anos no banco, exercendo diversas funções, até chegar ao cargo de diretor financeiro, no período de 1987 a 1990. Secches também foi diretor geral corporativo do grupo Iochpe-Maxion Holding Industrial nos quatro anos seguintes.
Em 1995 assumiu o cargo de diretor-presidente da Perdigão, onde permanece até hoje. O executivo ainda é presidente do conselho de administração da Weg, membro do conselho da Ultrapar e também da Iochpe-Maxion.
Nos últimos 10 anos, a Perdigão investiu cerca de R$ 1,3 bilhão em novos projetos e otimização de plantas. Para 2005, os investimentos previstos superam a marca de R$ 290 milhões.
ENTREVISTA - Nildemar Secches
"Temos que ser mais eficientes que nossos concorrentes"
A Notícia - Por Itajaí saem 85% das exportações da Perdigão. Até que ponto o porto foi determinante para a construção do novo centro de serviços da empresa?
Nildemar Secches - O porto foi importante para trazermos nossa área de logística para cá, já em 2002. Com isso, concentramos em Itajaí nosso grande volume de exportações. O fator determinante para a instalação de nosso centro de serviços foi a boa formação da mão-de-obra que existe no Estado.
A Notícia - O gargalo dos portos já está prejudicando as exportações da empresa?
Secches - Prejudicar ainda não, mas cria uma tensão permanente. Ocasionalmente, nossas exportações chegam a atrasar, mas a situação de hoje já é bem melhor do que há três anos atrás. Como pensamos em continuar crescendo, temos que estar preocupados não só com a infra-estrutura física dos portos hoje, como também num futuro próximo.
A Notícia - Qual a expectativa de crescimento da Perdigão, em termos de volume de mercadoria, para este ano?
Secches - Deveremos crescer na faixa de 7% no mercado interno e 15% no mercado externo, com uma média geral de crescimento levemente superior a 10%.
A Notícia - Como se manter entre as empresas líderes num mercado tão competitivo como o de alimentos?
Secches - Quem trabalha no setor de bens e consumo não tem que ficar escolhendo a concorrência, pois ela vai existir sempre. Temos que sempre ter na cabeça que estamos num segmento extremamente competitivo e que nós temos que ser mais eficientes que nossos concorrentes. É com isso que trabalhamos e fazemos nossos projetos de investimentos.