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Noruega alerta Brasil que recursos para proteção da Amazônia estão em risco

A Amazônia está sofrendo com uma "tendência ascendente preocupante" de desmatamento desde 2015


A Noruega alertou o Brasil que os recursos destinados a ajudar na proteção da floresta amazônica, parte de um programa de 1 bilhão de dólares, estão em risco, devido ao aumento no nível de desmatamento, indicou uma carta do governo norueguês nesta quarta-feira. O presidente Michel Temer encontrará com a primeira-ministra da Noruega, Erna Solberg, em Oslo na sexta-feira para discutir a cooperação entre os dois países, incluindo o programa norueguês para ajudar os esforços do Brasil para restringir o desmatamento das florestas por fazendeiros.

Rica devido à produção de óleo e gás, a Noruega é a maior doadora estrangeira para a proteção de florestas tropicais do Brasil à Indonésia, em parte porque os países são grandes reservas naturais de gases do efeito estufa e ajudam a diminuir as mudanças climáticas. A Amazônia está sofrendo com uma "tendência ascendente preocupante" de desmatamento desde 2015, depois de "conquistas impressionantes" na década anterior, escreveu o ministro do Meio Ambiente da Noruega, Vidar Helgesen, para seu colega no Brasil, José Sarney Filho, neste mês.

As contribuições anuais da Noruega para o Fundo Amazônia, que pagou 1,1 bilhão de dólares desde 2008 devido ao progresso do Brasil na redução do desmatamento, devem cair, escreveu na carta vista pela Reuters. "Mesmo um aumento adicional bem modesto (no desmatamento) pode levar esse número a zero", acrescentou.

Sarney respondeu no dia 19 de junho dizendo que dados preliminares "indicam que podemos ter estancado a curva ascendente do desmatamento que verificamos entre agosto de 2014 e julho de 2016. Esperamos que os novos dados apontem em breve uma trajetória descendente". Ele disse que o "compromisso do Governo brasileiro com a sustentabilidade, com o controle do desmatamento e com a plena implementação dos compromissos de redução de emissões assumidos sob o Acordo de Paris permanecem inabaláveis".

O desmatamento no Brasil saltou para 8 mil quilômetros quadrados em 2016 --aproximadamente o tamanho da ilha grega de Creta-- de 6.200 em 2015. As perdas são significativamente menores do que os 19 mil quilômetros quadrados registrados em 2005, segundo dados de satélites brasileiros. De acordo com os padrões atuais, um aumento nas taxas anuais de desmatamento na Amazônia para 8.500 quilômetros quadrados resultará no corte dos pagamentos anuais por parte da Noruega, informaram autoridades do país. A Noruega se comprometeu na cúpula de Paris em 2015 a estender sua parceria com o Brasil até 2020, presumindo o sucesso na redução do desmatamento. Além do Brasil, o país também tem projetos na Indonésia, Guiana e Tanzânia.

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