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Novas tecnologias de produção de algodão são apresentadas no Zimbábue

Sistema adotado no Norte de Minas está sendo testado no país africano


Foto: Pixabay

Uma equipe da Emater-MG encerrou na última sexta-feira (3/6) uma missão técnica ao Zimbábue, na África. A visita fez parte do projeto Fortalecimento do Setor Algodoeiro desenvolvido entre a Agência Brasileira de Cooperação (ABC), do Ministério de Relações Exteriores, e o Ministério das Terras, Agricultura, Água, Clima e Reassentamento Rural, do país africano.

Além da equipe da Emater-MG, a missão brasileira organizada pela ABC contou com pesquisadores da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig). Na última etapa da viagem, foi realizado um dia de campo no Instituto de Pesquisa do Algodão, na cidade de Kadoma.

O dia de campo foi uma ação estabelecida no projeto para a transferência de tecnologias adequadas às condições agronômicas e socioeconômicas do Zimbábue e para a capacitação de pesquisadores, técnicos e produtores zimbabuanos. No local, foi instalada uma unidade demonstrativa para comparação entre os sistemas de cultivo adotados no Zimbábue e em Minas Gerais.

“Para nós da Emater, esta missão de cooperação é uma oportunidade de aprender muito também. A gente não vem aqui só para ensinar. A cooperação é uma via de mão dupla. A gente leva para o Brasil experiências que serão muito úteis para os agricultores brasileiros”, explicou o coordenador técnico estadual da Emater-MG Sérgio Regina.

O chefe do Instituto de Pesquisa do Algodão do Zimbábue, Washington Mubvekeri, afirmou que o órgão tem a missão de desenvolver e difundir tecnologias de produção de algodão que sejam viáveis e práticas, para atender às necessidades do setor algodoeiro do país.

“Queremos que essas tecnologias saiam do Instituto e assumam um papel crucial no aumento da produtividade do algodão no Zimbábue. Esta oficina será muito importante para nós. A expectativa é a criação de articulação e de fortes mecanismos de transferência de tecnologia da pesquisa para os produtores, para as algodoeiras e para os outros atores da cadeia de valor do algodão”, disse Mubvekeri durante a vista.

A unidade demonstrativa no Instituto de Pesquisa do Algodão foi instalada em conjunto pela Emater-MG, Epamig e Embrapa. A referência foi o trabalho com algodão desenvolvido em Catuti, no norte de Minas. Foram cultivadas três parcelas para comparação. Uma com a tecnologia e espaçamento de plantio utilizados pelos produtores da região de Kadoma. Outra com a tecnologia do instituto local e a terceira parcela com o sistema utilizado em Minas Gerais.

“A principal diferença da tecnologia adotada em Minas Gerais é o maior adensamento das plantas em relação ao que se utiliza na região de Kadoma. Apesar de a lavoura ter passado por intempéries, tanto por excesso como por escassez de chuva, o resultado foi muito bom para o primeiro ano de experimento”, explicou o coordenador técnico regional da Emater-MG Arquimedes Teixeira.

Ao final do experimento, haverá uma comparação da produtividade e dos custos operacionais de cada parcela. Durante o dia de campo, com a presença de produtores e técnicos locais, o grupo brasileiro fez uma apresentação sobre manejo de solo, irrigação e boas práticas de produção. O algodão é o segundo produto agrícola que mais contribui para a renda nacional do Zimbábue. Porém a produtividade do país ainda é baixa por causa dos métodos rudimentares de plantio.

A equipe da Emater-MG que foi ao Zimbábue também contou com o diretor-presidente da empresa, Otávio Maia, e com o diretor técnico, Gelson Soares Lemes. Na primeira parte da viagem, eles participaram de um seminário sobre extensão rural, na capital Harare, e apresentaram os trabalhos desenvolvidos pela Emater-MG.

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