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Novo seguro para café cobre perdas por geadas e granizo

A apólice vai indenizar de acordo com o valor de produção e vale para árabica


Foto: Pixabay

A empresa paulista de seguros Fairfax lançou um seguro para proteger a cafeicultura brasileira dos danos causados por geadas e chuvas de granizo. O novo produto está disponível para assegurar cafezais de variedades do tipo arábica, cultivados em sequeiro, em qualquer região do Brasil.

Tradicionalmente, os seguros disponíveis no mercado brasileiro são voltados para garantir o pé de café. Ou seja, em caso de sinistro, o seguro convencional cobre os tratos culturais, como os procedimentos de esqueletamento e recepa, para que a planta volte a produzir.

A nova proposta assegura o valor de produção. A seguradora vai avaliar os danos causados pelo evento climático para calcular a indenização. Desse modo, o cafeicultor será ressarcido de acordo com as perdas na safra assegurada, o que engloba os insumos e preço das sacas de café que deixou de colher.

“Permitimos que o produtor forneça dados de histórico de produção e parâmetros para subscrição como idade do café, variedade e espaçamento das entrelinhas. É um seguro para café arábica, uma apólice de dano direto causado por granizo e geada, em que se indeniza o valor da produção”, explica Fabio Damasceno, diretor de agronegócios da seguradora.

Coberturas disponíveis

O seguro agrícola para cafeicultura tem como cobertura obrigatória a proteção contra granizo e o cafeicultor pode optar por contratar a cobertura contra geada. Quando um cafezal é atingido por essas intempéries, a planta sofre lesões e fica mais suscetível à incidência de doenças e pragas, por isso, também é importante reforçar o manejo. Também oferece a cobertura adicional de tratamento fitossanitário, que indeniza o produtor para realizar aplicação de fungicidas e inseticidas.

Bienalidade do café

Outro diferencial do novo seguro é considerar o fenômeno da bienalidade da cafeicultura, que faz com que as plantas registrem safras mais produtivas alternadas aos anos de queda na produção.

Por ser uma planta perene, o cafeeiro produz continuamente e os resultados de diferentes safras estão relacionados. A safra corrente é representada por ramos de idade superior a um ano, apresentando rosetas com os chumbinhos já formados e que serão colhidos. Enquanto isso, a planta também já apresenta ramos verdes, provenientes do crescimento durante o ano. Esses ramos verdes possuem as gemas que irão amadurecer e se diferenciar, para então por volta do mês de setembro florescerem, formando os chumbinhos que darão resultados na colheita da safra futura.

Por essa razão, o produtor pode optar por assegurar apenas a safra corrente ou proteger a safra atual e a safra futura em uma mesma apólice. É recomendável escolher a cobertura da apólice mais completa, que tem início na floração da safra corrente, ultrapassa o período de colheita e se estende da brotação até o abotoamento da safra futura.

O seguro para café começou a ser idealizado pela empresa em março de 2020 e contou com o aval de especialistas do setor para que fosse desenhado de acordo com as reais demandas da cafeicultura brasileira. Em parceria com a empresa de assessoria Valle Agro, de Jundiaí (SP), promoveu reuniões e dias de campo para desenvolver o produto, que contou com a validação de técnicos e de cafeicultores associados das cooperativas Cocatrel (Três Pontas-MG), Cocapec (Franca-SP), COOMAP (Paraguaçu-MG) e Capebe (Boa Esperança-MG).
 

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